Tecnologias Sociais E De Comunicação Como Recursos Educacionais Em Alimentação foi organizado por professoras pesquisadoras vinculadas à Rede Latino-Americana de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Lassan), com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação/ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (MCTIC/CNPq) e apoio do Laboratório Digital de Educação Alimentar e Humanidades (Ladige) e Núcleo de Estudos sobre Cultura e Alimentação (Nectar), ambos parceiros da Rede Ibero-Americana de Pesquisa Qualitativa em Alimentação e Sociedade (Rede Naus).
Esta iniciativa resulta de estudos que vêm sendo realizados no âmbito das pesquisas no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGN/ UFRJ) e no Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPG-ANS/ UERJ) e de Instituições vinculadas à Rede Lassan, cujo intercâmbio entre docentes tem permitido identificar percepções comuns sobre a prática da pesquisa.
Consideramo-nos herdeiros de uma política de indução de iniciativas que fomentaram a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) no Brasil nos últimos 15 anos.
Dada às mudanças na condução desse processo, há uma tensão impondo-se a todos os envolvidos com a temática da SAN e do DHAA e coloca-se o desafio: como pensar as conquistas realizadas e continuar avançando?
No cenário atual, as tecnologias de comunicação muitas vezes nos desorientam com excesso de informações superficiais que obedecem a uma lógica de consumo, no entanto, em Tecnologias Sociais E De Comunicação Como Recursos Educacionais Em Alimentação, nos desafiamos a pensar eticamente sobre nossas alternativas de alimentação e saúde na prática.
A temática da SAN e do DHAA continua a suscitar debates e a propor novas ações, mas em uma conjuntura menos favorável. O desenvolvimento científico e tecnológico, no Brasil, continua hoje tendo que enfrentar a desigualdade social em sua experiência cotidiana, porém com desmonte acelerado do papel do Estado em relação à gestão da vida coletiva.
Nesse contexto, parece-nos fundamental identificar um discurso neoliberal capitalista na construção de um DHAA que responsabiliza individualmente o cidadão, e que atende à pressão de um complexo industrial Médico/Alimentar na promoção de uma alimentação saudável.