BotAfala

Marcos Carvalho Lopes, que realiza a edição deste BotAfala (às vezes Bota a fala), consegue o feito de sair para ouvir, e ouvindo aprender a cantar uma outra linguagem com que filosofar com jovens estudantes universitários da UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – campus dos Malês, em São Francisco do Conde.

Uma universidade de integração lusófona reúne estudantes dos diferentes países das diferentes línguas portuguesas. O resultado desta polifonia dialetal e cultural, no interior de uma mesma universidade, torna-a um ‘caldeirão’ de produções imaginativas, de explosão de criatividade, construindo para si mesma um espaço identitário enquanto academia. Digo enquanto academia porque para produzir conhecimentos não é necessário que todos rezem pela mesma cartilha dos métodos e dos fazeres científicos.

É neste contexto que surge o Bota a fala, “um projeto de extensão e pesquisa educacional baseado nas artes, que utiliza o hip-hop como linguagem para compor uma Paideia (educação) democrática”. O nome vem do glossário crioulo do livro No Fundo do Canto, de Odete Semedo: “Botar a fala/Bôta fala – lançar a voz, anunciar, dar a sua opinião”. Para lançar a voz há que haver o que dizer. Logo, quem bota a fala bota para fora opiniões, dá razões para o que pensa, exige respostas ainda que estas possam não vir. Ora, lidar com razões é o jogo da filosofia, é o cotidiano do pensar filosófico.

Assim, um projeto integrando extensão e pesquisa qualitativa passou a reunir estudantes e professor num trabalho que contou com as experiências musicais anteriores dos alunos da Guiné-Bissau, de Angola, de São Tomé e Príncipe e de brasileiros. Estar atento à experiência exige compartilhar linguagem. E assim a linguagem do grupo passou a ser aquela do rap/hip-hop, gênero e estilo que não pode ser simplesmente abordado de “fora”, porque desvela um modo de vida, e canta a vida ainda que, como disse o poeta João Cabral de Mello Neto, possa ser “vida severina”.

As canções do grupo você encontra aqui.

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Uma universidade de integração lusófona reúne estudantes dos diferentes países das diferentes línguas portuguesas. O resultado desta polifonia dialetal e cultural, no interior de uma mesma universidade, torna-a um ‘caldeirão’ de produções imaginativas, de explosão de criatividade, construindo para si mesma um espaço identitário enquanto academia. Digo enquanto academia porque para produzir conhecimentos não é necessário que todos rezem pela mesma cartilha dos métodos e dos fazeres científicos.

É neste contexto que surge o Bota a fala, “um projeto de extensão e pesquisa educacional baseado nas artes, que utiliza o hip-hop como linguagem para compor uma Paideia (educação) democrática”. O nome vem do glossário crioulo do livro No Fundo do Canto, de Odete Semedo: “Botar a fala/Bôta fala – lançar a voz, anunciar, dar a sua opinião”. Para lançar a voz há que haver o que dizer. Logo, quem bota a fala bota para fora opiniões, dá razões para o que pensa, exige respostas ainda que estas possam não vir. Ora, lidar com razões é o jogo da filosofia, é o cotidiano do pensar filosófico.

Assim, um projeto integrando extensão e pesquisa qualitativa passou a reunir estudantes e professor num trabalho que contou com as experiências musicais anteriores dos alunos da Guiné-Bissau, de Angola, de São Tomé e Príncipe e de brasileiros. Estar atento à experiência exige compartilhar linguagem. E assim a linguagem do grupo passou a ser aquela do rap/hip-hop, gênero e estilo que não pode ser simplesmente abordado de “fora”, porque desvela um modo de vida, e canta a vida ainda que, como disse o poeta João Cabral de Mello Neto, possa ser “vida severina”.

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