Urbanismo Na América Do Sul: Circulação De Ideias E Constituição Do Campo (1920-1960)

Apesar do grande espaço que as discussões relativas à história da cidade e do urbanismo ganharam, nas duas últimas décadas, na pauta dos pesquisadores brasileiros, notadamente daqueles vinculados à área de arquitetura e urbanismo, persistem algumas importantes lacunas que só mais recentemente vêm sendo enfrentadas.

Uma delas diz respeito à história das trocas intelectuais e da circulação de ideias no âmbito latino­americano (ou mais especificamente sul-americano), não obstante existam muitos pontos em comum entre as experiências urbanísticas de diversos países do continente.
Os textos reunidos nesta coletânea visam justamente contribuir para sanar esta lacuna e ampliar as possibilidades de discussão sobre a história do urbanismo nessas décadas cruciais em que as cidades sul-americanas conhecem expressivas taxas de crescimento demográfico, a emergência (ou o agravamento) de problemas urbanos e a busca, em várias frentes e de diferentes maneiras, de soluções para enfrentá-los; ao mesmo tempo em que práticas urbanísticas ainda impregnadas pela herança acadêmica cedem espaço aos ditames do Movimento Moderno e à crescente divulgação das experiências norte-americanas em planejamento. A partir de perspectivas diversas, os textos que o leitor tem em mãos vão buscar aproximar experiências nacionais, explorar singularidades, rastrear o surgimento de redes profissionais, mapear discussões, identificar caminhos e descaminhos da construção de uma cultura urbanística no âmbito continental, rever, enfim, o lugar da experiência sul-americana na história do urbanismo do século XX.
Assim, abrindo a coletânea, o texto Olhares cruzados: visões do urbanismo moderno na América do Sul, 1930-1960, de Marco Aurélio A. de Filgueiras Gomes e José Carlos Huapaya Espinoza, discute a circulação de ideias no meio profissional da arquitetura e do urbanismo sul-americano entre os anos 1930 e 1960, buscando uma contraposição entre, de um lado, o que era divulgado sobre a produção sul-americana nos Estados Unidos e na Europa nesse período, através de exposições, livros e revistas cujo conteúdo “impregnaram” análises posteriores; e, de outro, as discussões desenvolvidas pelos especialistas locais, através de seus próprios fóruns, como os congressos profissionais a nível pan-americano e as revistas especializadas por eles criadas. A partir das conclusões desse primeiro balanço começa a ser delineado um percurso que, pouco a pouco, será complementado, ampliado e enriquecido pelos textos que lhe seguem.

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Apesar do grande espaço que as discussões relativas à história da cidade e do urbanismo ganharam, nas duas últimas décadas, na pauta dos pesquisadores brasileiros, notadamente daqueles vinculados à área de arquitetura e urbanismo, persistem algumas importantes lacunas que só mais recentemente vêm sendo enfrentadas. Uma delas diz respeito à história das trocas intelectuais e da circulação de ideias no âmbito latino­americano (ou mais especificamente sul-americano), não obstante existam muitos pontos em comum entre as experiências urbanísticas de diversos países do continente.
Os textos reunidos nesta coletânea visam justamente contribuir para sanar esta lacuna e ampliar as possibilidades de discussão sobre a história do urbanismo nessas décadas cruciais em que as cidades sul-americanas conhecem expressivas taxas de crescimento demográfico, a emergência (ou o agravamento) de problemas urbanos e a busca, em várias frentes e de diferentes maneiras, de soluções para enfrentá-los; ao mesmo tempo em que práticas urbanísticas ainda impregnadas pela herança acadêmica cedem espaço aos ditames do Movimento Moderno e à crescente divulgação das experiências norte-americanas em planejamento. A partir de perspectivas diversas, os textos que o leitor tem em mãos vão buscar aproximar experiências nacionais, explorar singularidades, rastrear o surgimento de redes profissionais, mapear discussões, identificar caminhos e descaminhos da construção de uma cultura urbanística no âmbito continental, rever, enfim, o lugar da experiência sul-americana na história do urbanismo do século XX.
Assim, abrindo a coletânea, o texto Olhares cruzados: visões do urbanismo moderno na América do Sul, 1930-1960, de Marco Aurélio A. de Filgueiras Gomes e José Carlos Huapaya Espinoza, discute a circulação de ideias no meio profissional da arquitetura e do urbanismo sul-americano entre os anos 1930 e 1960, buscando uma contraposição entre, de um lado, o que era divulgado sobre a produção sul-americana nos Estados Unidos e na Europa nesse período, através de exposições, livros e revistas cujo conteúdo “impregnaram” análises posteriores; e, de outro, as discussões desenvolvidas pelos especialistas locais, através de seus próprios fóruns, como os congressos profissionais a nível pan-americano e as revistas especializadas por eles criadas. A partir das conclusões desse primeiro balanço começa a ser delineado um percurso que, pouco a pouco, será complementado, ampliado e enriquecido pelos textos que lhe seguem.

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