João Agualva, professor aposentado, decide relatar de forma fácil e didática a História do país a um grupo de saloios da sua aldeia natal, situada entre Belas e o Cacém. Da época de Viriato à Reconquista da Península Ibérica, da fundação de Portugal aos Descobrimentos, ele vai narrando, ao longo de dez serões, os momentos mais marcantes da História de Portugal, de forma descontraída, simplificada e divertida, culminando a sua narração no reinado de D. Luís I.
Quando se tem a certeza de que se encontrou o caminho da Índia e vem um sujeito (Colombo) ter com o rei de Portugal, que está todo alegre com a descoberta, dizer-lhe: Faça favor de apagar tudo isso e de começar outra vez a procurar a Índia por outro lado. O rei, é claro, mandou-o pentear macacos.
Publicada em 1880, História Alegre De Portugal, de Manuel Pinheiro Chagas, tão divertida quanto didática, surgiu na mente do seu autor quando um colega deputado (na altura da monarquia constitucional) lhe ofereceu um livro francês intitulado: “Entretiens populaires sur l’histoire de France” – um pequeno livro que, de modo desprendido e usando uma linguagem prosaica, contava, muito concisamente, alguns episódios da história da França, de maneira a estes serem compreendidos pelo cidadão francês comum.
Pinheiro Chagas achou tanta piada ao livro que se perguntou – tal como o próprio escreveu – “se não seria possível fazer, com relação à história portuguesa, um livro nesse género“. Dessa motivação surgiu então a História Alegre de Portugal uma obra mais rica em estilo narrativo que a congénere francesa pois é contada em forma de novela, na qual a História de Portugal serve de mote para o desenvolvimento narrativo da história central que tem um ex-professor como protagonista a contar ao um grupo de aldeões – descritos bem à maneira caricatural do “zé povinho” de Rafael Bordalo Pinheiro, amigo de longa data de Pinheiro Chagas – a História do seu país que, curiosamente, lhes é completamente desconhecida.