História Da Mídia Sonora

Falar em história dos meios é referir-se aos múltiplos atores envolvidos no ato comunicacional e nos sistemas dinâmicos que materializam a ação, num amplo circuito de comunicação que envolve ações diversas, performances múltiplas, atos culturais duradouros, entre outras possibilidades teóricas.

Mas é também se referir aos processos históricos, isto é, à condição de que cada ato humano se realiza num mundo repleto de historicidade, no qual estão envolvidos não apenas ações que marcam rupturas, mas também atos que configuram continuidades. A história faz-se do acontecimento que eclode na duração, como as espumas visíveis do mar revolto a que se referia Fernand Braudel, mas também das ações duradouras que perduram e que indicam as continuidades históricas.
A história também não fala do passado, por mais paradoxal que possa parecer essa afirmação. Os atos comunicacionais dos homens do passado, deixando marcas duradouras, mostram a passagem desses homens e mulheres anônimos e indicam hoje, a partir dos valores que temos no presente, a sua passagem e o significado de ter passado. É esse significado e esse ato comunicacional que a história da comunicação busca interpretar. Isso porque não queremos trazer o passado para o presente, mas apenas dar a este tempo, que denominamos ido, uma interpretação repleta, ao mesmo tempo, de verossimilhança e de representância. Ou seja, como a história tem a autoridade para falar do passado, mesmo que jamais possamos trazer o verdadeiro passado para o presente (trazemos sempre o passado possível e verossímil), esse passado narrado reveste-se do significado de ser o único possível. É a autoridade da história que dá ao passado o sentido de veracidade.
E quando isso se refere a uma mídia que faz do sentido das práticas orais a definição do próprio meio, como é o caso do rádio e de outras mídias sonoras, outra questão salta aos olhos do pesquisador. Estamos falando de um mundo cultural que emerge em atos contínuos na longa duração e que é fundamental para a própria constituição histórica da mídia no Brasil.
Falar em história da mídia sonora, portanto, é referir-se ao complexo sistema de comunicação que envolve, necessariamente, escutas e partilhamentos em torno de universos culturais comuns e que constitui a gênese dos sistemas comunicacionais brasileiros.

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Falar em história dos meios é referir-se aos múltiplos atores envolvidos no ato comunicacional e nos sistemas dinâmicos que materializam a ação, num amplo circuito de comunicação que envolve ações diversas, performances múltiplas, atos culturais duradouros, entre outras possibilidades teóricas. Mas é também se referir aos processos históricos, isto é, à condição de que cada ato humano se realiza num mundo repleto de historicidade, no qual estão envolvidos não apenas ações que marcam rupturas, mas também atos que configuram continuidades. A história faz-se do acontecimento que eclode na duração, como as espumas visíveis do mar revolto a que se referia Fernand Braudel, mas também das ações duradouras que perduram e que indicam as continuidades históricas.
A história também não fala do passado, por mais paradoxal que possa parecer essa afirmação. Os atos comunicacionais dos homens do passado, deixando marcas duradouras, mostram a passagem desses homens e mulheres anônimos e indicam hoje, a partir dos valores que temos no presente, a sua passagem e o significado de ter passado. É esse significado e esse ato comunicacional que a história da comunicação busca interpretar. Isso porque não queremos trazer o passado para o presente, mas apenas dar a este tempo, que denominamos ido, uma interpretação repleta, ao mesmo tempo, de verossimilhança e de representância. Ou seja, como a história tem a autoridade para falar do passado, mesmo que jamais possamos trazer o verdadeiro passado para o presente (trazemos sempre o passado possível e verossímil), esse passado narrado reveste-se do significado de ser o único possível. É a autoridade da história que dá ao passado o sentido de veracidade.
E quando isso se refere a uma mídia que faz do sentido das práticas orais a definição do próprio meio, como é o caso do rádio e de outras mídias sonoras, outra questão salta aos olhos do pesquisador. Estamos falando de um mundo cultural que emerge em atos contínuos na longa duração e que é fundamental para a própria constituição histórica da mídia no Brasil.
Falar em história da mídia sonora, portanto, é referir-se ao complexo sistema de comunicação que envolve, necessariamente, escutas e partilhamentos em torno de universos culturais comuns e que constitui a gênese dos sistemas comunicacionais brasileiros.

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