Os Futuros Do Passado

Que a produção intelectual acerca do pensamento filosófico não se esgote na inócua repetição e articulação virtuosística de conceitos, mas que ainda tenha algo a dizer sobre o mal-estar contemporâneo, ou seja, que o próprio filosofar se assuma como tarefa crítica, nos parece essencial frente à aridez subjetiva que certas vertentes do pensar têm relegado à humanidade nos dias de hoje. Poder resgatar os autores em sua originalidade, ou seja, naquela dimensão de suas obras em que ainda habita o pulsar do novo, interpretar os seus legados de modo a fazer-lhes justiça em suas palavras, espanando o empoeirado visco da palavra morta, suspeitamos, é fazer da filosofia mais do que um acumulado de conhecimento sedimentado, é trazer o filósofo para o centro do debate sobre questões emergentes que cada vez mais se apresentam a todos.
Nosso trabalho tem como ponto de partida esta preocupação com a capacidade que ainda temos de interpretar a nossa história, de traduzi-la em uma narrativa que nos autorize a ocupar o lugar de críticos de nossos tempos. Para tanto, nos valemos de quatro autores cujas raízes estão fortemente escavadas em uma espécie de inquietação com o já dado, com o já estabelecido: Sigmund Freud, Ernst Bloch, Emmanuel Levinas e Walter Benjamin. A seu modo, cada um destes pensadores acusou a insuficiência dos conceitos para dar conta da própria vida, ou seja, propôs que o próprio do mundo é justamente ser atravessado por uma temporalidade que arranca à realidade a certeza parda de uma história já contada, restituindo-lhe, assim, a sua originalidade, a sua capacidade de sempre dizer algo diferente. Somente assim, pensavam, através da interpretação contínua da história, é que o homem pode abrir brechas no mundo nas quais cultivar um futuro que vá para-além da uma repetição acéfala do presente (ou mesmo que renda homenagens perpétuas ao passado).
Profundamente marcados pela imagem judaica da evasão perpétua, acreditamos que estes quatro autores podem nos ajudar a entender o que hoje se costuma chamar de crise ética, pois é justamente o movimento de evasão que pode permitir o distanciamento e o estranhamento que pode vir a coagular-se, sob forma escrita, como crítica, visando o acolhimento do novo.

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Que a produção intelectual acerca do pensamento filosófico não se esgote na inócua repetição e articulação virtuosística de conceitos, mas que ainda tenha algo a dizer sobre o mal-estar contemporâneo, ou seja, que o próprio filosofar se assuma como tarefa crítica, nos parece essencial frente à aridez subjetiva que certas vertentes do pensar têm relegado à humanidade nos dias de hoje. Poder resgatar os autores em sua originalidade, ou seja, naquela dimensão de suas obras em que ainda habita o pulsar do novo, interpretar os seus legados de modo a fazer-lhes justiça em suas palavras, espanando o empoeirado visco da palavra morta, suspeitamos, é fazer da filosofia mais do que um acumulado de conhecimento sedimentado, é trazer o filósofo para o centro do debate sobre questões emergentes que cada vez mais se apresentam a todos.
Nosso trabalho tem como ponto de partida esta preocupação com a capacidade que ainda temos de interpretar a nossa história, de traduzi-la em uma narrativa que nos autorize a ocupar o lugar de críticos de nossos tempos. Para tanto, nos valemos de quatro autores cujas raízes estão fortemente escavadas em uma espécie de inquietação com o já dado, com o já estabelecido: Sigmund Freud, Ernst Bloch, Emmanuel Levinas e Walter Benjamin. A seu modo, cada um destes pensadores acusou a insuficiência dos conceitos para dar conta da própria vida, ou seja, propôs que o próprio do mundo é justamente ser atravessado por uma temporalidade que arranca à realidade a certeza parda de uma história já contada, restituindo-lhe, assim, a sua originalidade, a sua capacidade de sempre dizer algo diferente. Somente assim, pensavam, através da interpretação contínua da história, é que o homem pode abrir brechas no mundo nas quais cultivar um futuro que vá para-além da uma repetição acéfala do presente (ou mesmo que renda homenagens perpétuas ao passado).
Profundamente marcados pela imagem judaica da evasão perpétua, acreditamos que estes quatro autores podem nos ajudar a entender o que hoje se costuma chamar de crise ética, pois é justamente o movimento de evasão que pode permitir o distanciamento e o estranhamento que pode vir a coagular-se, sob forma escrita, como crítica, visando o acolhimento do novo.

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