Diplomas E Decás

Diplomas E Decás aborda a participação de indivíduos de camadas médias nos terreiros de Salvador, a partir de uma análise entre religião e classe social.

Interessada na mudança no perfil dos seguidores do candomblé, a autora aborda, mais particularmente, a participação de indivíduos de camadas médias nos terreiros de Salvador, a partir de uma análise entre religião e classe social.

Trata-se de um estudo detalhado dos processos de identificação e aprendizado pelos quais pessoas de classe média soteropolitana passam a incorporar o candomblé em suas vidas e a terem nos terreiros experiências para as quais sua trajetória de classe pouco lhes preparou.

Ao indagar sobre os motivos que levaram a adesão dessas pessoas, Diplomas E Decás costura tais questionamentos e gera uma contribuição importante para a renovação das pesquisas na área do candomblé.

As pessoas que integraram o universo da pesquisa eram, em grande maioria, profissionais com formação universitária, habitantes de bairros privilegiados da cidade, cujo contato com o candomblé deu-se na idade adulta (ou final da adolescência) e representou uma ruptura com a trajetória religiosa de seus pais.

O ingresso destes indivíduos em uma religião de forte valorização da ancestralidade africana desperta, sem dúvida, um conjunto de questões importantes.

Como vieram a se identificar com o candomblé? Que experiências, expectativas e motivações os conduziram a esta religião? Que impacto tem o candomblé em suas vidas? Como se deu ou se dá seu aprendizado da religião e como se apropriam de seu complexo universo mítico e ritual?

Luciana costura estas questões de maneira bastante original e ao fazê-lo contribui de modo importante para renovar o campo de estudos do candomblé. Por um lado, situa-se com segurança na clássica tradição da sociologia da religião weberiana.

Explora a relação entre religião e classe social recusando tanto visões reducionistas que tomam a religião como um reflexo de interesses de classe, quanto abordagens que postulam uma quase total autonomia do religioso.

Ambas as posições esquecem que, se uma religião precisa responder aos anseios de seus seguidores (razão pela qual vem a ser marcada pelos interesses das camadas que a ela aderem), na medida em que delineia um quadro de experiência, também afeta e em alguns casos transforma de modo bastante radical a orientação subjetiva dos seus adeptos.

Para Weber, o quanto uma religião logra reorientar a conduta dos fieis e atender aos seus interesses é uma questão empírica que não pode ser respondida em termos gerais: exige investigação.

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Ao indagar sobre os motivos que levaram a adesão dessas pessoas, Diplomas E Decás costura tais questionamentos e gera uma contribuição importante para a renovação das pesquisas na área do candomblé.

As pessoas que integraram o universo da pesquisa eram, em grande maioria, profissionais com formação universitária, habitantes de bairros privilegiados da cidade, cujo contato com o candomblé deu-se na idade adulta (ou final da adolescência) e representou uma ruptura com a trajetória religiosa de seus pais.

O ingresso destes indivíduos em uma religião de forte valorização da ancestralidade africana desperta, sem dúvida, um conjunto de questões importantes.

Como vieram a se identificar com o candomblé? Que experiências, expectativas e motivações os conduziram a esta religião? Que impacto tem o candomblé em suas vidas? Como se deu ou se dá seu aprendizado da religião e como se apropriam de seu complexo universo mítico e ritual?

Luciana costura estas questões de maneira bastante original e ao fazê-lo contribui de modo importante para renovar o campo de estudos do candomblé. Por um lado, situa-se com segurança na clássica tradição da sociologia da religião weberiana.

Explora a relação entre religião e classe social recusando tanto visões reducionistas que tomam a religião como um reflexo de interesses de classe, quanto abordagens que postulam uma quase total autonomia do religioso.

Ambas as posições esquecem que, se uma religião precisa responder aos anseios de seus seguidores (razão pela qual vem a ser marcada pelos interesses das camadas que a ela aderem), na medida em que delineia um quadro de experiência, também afeta e em alguns casos transforma de modo bastante radical a orientação subjetiva dos seus adeptos.

Para Weber, o quanto uma religião logra reorientar a conduta dos fieis e atender aos seus interesses é uma questão empírica que não pode ser respondida em termos gerais: exige investigação.

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