Prefeitos, Vereadores E Partidos Políticos Nas Disputas Do OP

Este livro evidencia as dificuldades de institucionalização do OP em uma realidade política que permanece avessa à efetiva democratização.

“A coruja de Minerva levanta voo ao cair do crepúsculo” é frase conhecida de Hegel, formulada em seus Princípios da filosofia do direito. Seu significado é particularmente pertinente, em mais de um sentido, para o livro de Luciana Souza sobre o Orçamento Participativo (OP), que o leitor tem em mãos.

Na interpretação mais usual e consensual da frase, o conhecimento cabal de um processo ou fenômeno apenas é possível quando esse fenômeno desdobrou plenamente suas possibilidades, encerrando seu desenvolvimento. Implicitamente, apenas aqueles que entendem esse processo e o acompanham até o final, pressupõe-se, têm condições de articular sua compreensão de modo completo ou satisfatório.

Prefeitos, Vereadores E Partidos Políticos Nas Disputas Do OP: Uma Análise Comparativa Da Adoção, Continuidade, Interrupção E Do Fim De Uma Inovação Democrática exprime bem esse duplo sentido. O livro condensa o trabalho constante da autora ao longo de mais de uma década, trabalho iniciado no doutorado e, anos depois, em nova indagação, refinado analiticamente e tornado empiricamente mais potente no pós-doutorado.

Anos de pesquisa e reflexão cuidadosa permitiram à autora desenvolver uma compreensão original e abrangente do OP. A maior parte da literatura dessa inovação democrática centrou-se na famosa experiência de Porto Alegre e nos anos de sua difusão como parte do “modo petista de governar” ao longo da expansão territorial do Partido dos Trabalhadores (PT) nos municípios do país.

Os estudos sobre o OP diminuíram à medida que outras instituições participativas como conselhos e conferências ganharam notabilidade e que o primeiro perdeu centralidade no elenco de políticas do PT associadas à modernização política dos governos locais – sobretudo, após a vitória de Lula para a Presidência da República.

Paradoxalmente, essa diminuição ocorreu justo quando o entusiasmo dos anos iniciais e a opção pelo estudo de caso como método privilegiado para produzir conhecimento sobre o OP cederam passo a trabalhos animados pelo diálogo com agendas consolidadas e transversais a diversos objetos de pesquisa próprios de subcampos disciplinares: tecnologias de governança, difusão de políticas, paradiplomacia ou efeitos da implementação, por exemplo.

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“A coruja de Minerva levanta voo ao cair do crepúsculo” é frase conhecida de Hegel, formulada em seus Princípios da filosofia do direito. Seu significado é particularmente pertinente, em mais de um sentido, para o livro de Luciana Souza sobre o Orçamento Participativo (OP), que o leitor tem em mãos.

Na interpretação mais usual e consensual da frase, o conhecimento cabal de um processo ou fenômeno apenas é possível quando esse fenômeno desdobrou plenamente suas possibilidades, encerrando seu desenvolvimento. Implicitamente, apenas aqueles que entendem esse processo e o acompanham até o final, pressupõe-se, têm condições de articular sua compreensão de modo completo ou satisfatório.

Prefeitos, Vereadores E Partidos Políticos Nas Disputas Do OP: Uma Análise Comparativa Da Adoção, Continuidade, Interrupção E Do Fim De Uma Inovação Democrática exprime bem esse duplo sentido. O livro condensa o trabalho constante da autora ao longo de mais de uma década, trabalho iniciado no doutorado e, anos depois, em nova indagação, refinado analiticamente e tornado empiricamente mais potente no pós-doutorado.

Anos de pesquisa e reflexão cuidadosa permitiram à autora desenvolver uma compreensão original e abrangente do OP. A maior parte da literatura dessa inovação democrática centrou-se na famosa experiência de Porto Alegre e nos anos de sua difusão como parte do “modo petista de governar” ao longo da expansão territorial do Partido dos Trabalhadores (PT) nos municípios do país.

Os estudos sobre o OP diminuíram à medida que outras instituições participativas como conselhos e conferências ganharam notabilidade e que o primeiro perdeu centralidade no elenco de políticas do PT associadas à modernização política dos governos locais – sobretudo, após a vitória de Lula para a Presidência da República.

Paradoxalmente, essa diminuição ocorreu justo quando o entusiasmo dos anos iniciais e a opção pelo estudo de caso como método privilegiado para produzir conhecimento sobre o OP cederam passo a trabalhos animados pelo diálogo com agendas consolidadas e transversais a diversos objetos de pesquisa próprios de subcampos disciplinares: tecnologias de governança, difusão de políticas, paradiplomacia ou efeitos da implementação, por exemplo.

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