Como tema relativamente novo no campo da educação, os estudos sobre imaginário, corporeidade, emoções e meios tecnológicos e de comunicação têm nos incentivado na realização e orientação de estudos e pesquisas junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação, nível Mestrado, da Universidade Federal de Pelotas, bem como fomentado trabalhos sobre essas temáticas.
Como um dos desdobramentos dos estudos aludidos, as áreas de Educação, Comunicação e Imaginário vêm unindo-se em reflexões, experiências e pesquisas, dando origem ao IV Seminário de Educação e Comunicação e ao III Colóquio Imaginário, Cultura e Educação, num evento conjunto realizado em outubro de 2004 no PPEG da UFPel.
Constituíram-se esses espaços em oportunidades para socializar produções teórico-práticas de nossos orientandos e de outros pesquisadores que trouxeram questões e proposições elucidativas sobre as relações entre educação, comunicação e imaginário, e entre sujeitos, mídias e instituições de ensino, considerando temáticas relacionadas com a produção de conhecimentos, sobretudo na formação docente.
As discussões nessas oportunidades evidenciaram reflexões sobre um paradigma educacional que valoriza o resgate das emoções e relações, no qual as pessoas, em mediação com seus pares e/ou tecnologias de comunicação, descobrem e produzem diferentes saberes e conhecimentos.
Nessas relações, observamos a ênfase dada não só às tecnologias, mas aos diferentes modos de conexões que fazem emergir e valorizar o ser humano.
Assim, entendemos a tecnologia como um meio de fomentar afetividades, representações e interlocuções. Ela possibilita às pessoas terem acesso a uma ampla gama de informações e de conhecimentos complexos, podendo servir como elemento de aprendizagem e como espaço de socialização.
No decurso de estudos por nós empreendidos, deparamo-nos, muitas vezes, com situações de pesquisas não-previsíveis que nos apontaram caminhos novos, abrangentes, interessantes e apaixonantes.
As áreas abrangidas por essas temáticas podem ter a aparência de um sem corpo teórico homogeneamente constituído e validado, pois desde que o ser humano se tornou sapiens traz em suas matrizes o conteúdo simbólico de suas vivências, que são dinâmicas e em constante transformação.
Por outro lado, por exemplo, os estudos do imaginário e da comunicação advêm de um rastreamento das estruturas que permeiam saberes e fazeres presentes no decurso da humanidade, vide os estudos de Francisco Gutiérrez, Edgar Morin, Gaston Bachelard, Gilbert Durand, Humberto Maturana e Umberto Eco.