Partindo da convicção de que é através da educação, que começa no lar e continua na escola, que se forma indivíduos racistas, sexistas e machistas, o autor se debruça em romper esse ciclo. Por meio de questionamentos, reflexões e discussão de conceitos, visando a sensibilização, a conscientização e a politização, de trabalhar a questão dos preconceitos contra homossexuais negros, mostra como executou uma série de aulas-oficina, algumas até sob formas de festas de confraternização entre os semelhantes e os diferentes em um ambiente de ensino formal.

Ficções Do Ser: O Entre-Lugar De Bichas Pretas Na Escola se debruça de maneira construcionista e não essencialista sobre uma das questões que atormentam as sociedades humanas por causa das diferenças, tanto biológicas quanto culturais e sociais. Mas ele não se afoga nas águas profundas do Atlântico através do qual seus ancestrais foram deportados para os países da América.

Dotado de uma dupla consciência como negro e como homossexual, ou respeitando suas próprias palavras, como negro e como “bicha”, ele nada com facilidade nessas águas profundas em busca de compreensão e contribuição na luta contra essa dupla discriminação de raça e sexo.

Depois de uma longa retórica com base nas leituras de grandes intelectuais brancos, negros e outros que discursaram sobre o assunto, ele realiza uma rica pesquisa de campo baseada na observação participante, ou melhor, na participação observante, através de uma proposta de intervenção para introduzir, no Colégio Leonilson, alguma mudança no Currículo, para quebrar o silêncio, o medo, a violência em torno dos preconceitos e das práticas racistas e homofóbicas contra os negros, partindo da convicção de que é através da educação, que começa no lar e continua na escola, que se forma indivíduos racistas, sexistas e machistas.

Só através da educação que se pode desconstruir os monstros racistas e sexistas e construir novos cidadãos.

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