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Refletir sobre os processos de apagamento da presença das populações africanas e afro–brasileiras na história do Seridó é uma tarefa urgente, pois os estigmas e as desigualdades sociais, econômicas e culturais continuam pesando sobre as comunidades quilombolas que lutam pela apropriação e ressignificação de sua memória histórica.
Mesmo se existem pesquisas antropológicas e se os documentos estão sendo analisados pelos historiadores, o patrimônio imaterial das comunidades, os monumentos e a história envolvendo heróis negros precisam ser melhor divulgados. O debate deve ser ampliado com o objetivo de atingir um público diversificado, revelar a importância dos grupos na história da região e o protagonismo destes sujeitos históricos.
O Guia Cultural Afro Do Seridó visa contribuir para esta tarefa, disponibilizando informações sobre a presença afro-brasileira no Seridó e a marca que as populações africanas imprimiram na paisagem cultural. É destinado aos educadores, alunos, curiosos e viajantes que procuram informações sobre o assunto. Visa preencher uma lacuna, tendo em vista que os materiais didático-informativos são raros e que há pouca bibliografia de fácil acesso que sintetize os estudos realizados sobre a presença afrobrasileira no Rio Grande do Norte.
O Guia Cultural Afro Do Seridó foi elaborado pelos integrantes do programa “Tronco, ramos e raízes! Patrimônio étnico do Seridó (RN)”, aprovado pelo PROEXT/UFRN (MEC/SISU), e dá continuidade às ações patrimoniais realizadas desde 2012 no Seridó. A ação enfatiza o combate à discriminação racial e tem como estratégia a valorização do patrimônio histórico-cultural indígena e afro-brasileiro.
O projeto foi elaborado em parceria com os integrantes do projeto de extensão “Desenhadores urbanos: um percurso pela história do RN através dos traços” (DARQ/UFRN), acompanhando a filosofia do grupo Urban Sketchers e é destinado a ser amplamente divulgado pelos meios impressos e digitais.
Este Guia visa ressaltar a importância do registro da memória dos lugares, das comunidades, das irmandades negras, das festas do Rosário, da culinária e do patrimônio em geral, assim como se propõe a divulgar e mostrar as marcas da resistência das populações que sofreram com um processo de dominação secular.
Num primeiro momento, são apresentados alguns aspectos gerais da presença afro-brasileira na história e na cultura regional, para depois disponibilizar informações sobre as localidades escolhidas.
O Guia Cultural Afro Do Seridó visa incentivar a visita aos locais descritos, por isso, informações práticas constam no final do texto, com o contato dos artesãos, dos responsáveis ou dos encarregados nas prefeituras.
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Uma resposta
Senhora Professora, Senhores Professores, cumprimento-os, parabenizando-os, ao ensejo de haver tomado conhecimento da obra de folego: Guia Cultural Áfrico do Seridó. Sou Jardinense de nascimento, de onde saí aos três anos de idade, para residir em Parelhas, de onde parti aos 12 anos de idade, residindo há 68 anos, em Campina Grande-PB. Tomei um banho de cultura, ouvindo-a e ouvindo Padre Gleiber Dantas e o Professor Luiz Eduardo (da minha família Caçote), durante exposição acerca da Festa dos Negros de Nossa Senhora do Rosário. Lerei o Guia, como irei, também, a procura dos livros que narram a história do Seridó. Sentí-me de volta a minha ancestralidade. Muito Obrigado!