Juventude
– Os laços marítimos e a camaradagem aproximam cinco homens que se reúnem para contar velhas histórias. Entre uma rodada e outra de vinho, um diretor de empresa, um guarda-livros, um advogado e o narrador ouvem atentamente o relato de Marlow sobre sua primeira experiência no mar: ele tinha então vinte anos, o navio em que embarcava como inexperiente marinheiro singrava em direção ao Oriente e sua vida nunca mais seria a mesma.
Em Juventude, Joseph Conrad (1857-1924), ele próprio um ex-capitão da marinha mercante inglesa, celebra esses anos de plena euforia, muitas ilusões, expectativas e descobertas, quando o mar é um convite para explorar o mundo.
Autor de obras como ‘Coração das Trevas’, Joseph Conrad é considerado um dos melhores escritores da língua inglesa – que ele aprendeu depois de adulto, apesar de ter com ela tido os primeiros contatos ainda quando criança, ao ver seu pai traduzir Shakespeare, entre outros autores.. Seus contos são narrados em primeira pessoa, o que delimita o valor do narrador como elaborador de uma visão subjetiva da realidade. Juventude retrata as experiências pessoais de Conrad no mar e relatando a vida dos marinheiros na segunda metade do século XIX, particularmente na África e no Oriente.
Seus textos ficcionais têm em comum o tema do conflito do homem contra o próprio homem, dos limites da natureza humana e do confronto do homem frente à natureza selvagem. Seus romances, contos e novelas são povoados por personagens em situações extremas, isolados da sociedade, muitas vezes em crise com a própria identidade e com a condição de ser humano. A maioria de suas peças ficcionais se assemelham, na aparência, a histórias de aventuras, apesar de proporem uma profunda reflexão sobre a natureza humana e a civilização. Conrad declarava serem Shakespeare, Walter Scott e Flaubert alguns de seus autores favoritos.