A Ronda Do Deslumbramento & O Triste Epigrama

A Ronda Do Deslumbramento & O Triste Epigrama Obras da juventude, já traziam nelas as marcas do gênio literário que se manifestaria, anos mais tarde.

Foi com estes dois livros, de 1920 e 1923, que José Geraldo Vieira estreou na literatura. Obras da juventude, já traziam nelas as marcas do gênio literário que se manifestaria, em sua plenitude, anos mais tarde. Os 24 excepcionais contos de A Ronda Do Deslumbramento, além disso, boa parte dos quais situados na Europa, nos mostram cenas que seriam desenvolvidas, futuramente, em romances como Território Humano (1936) e Terreno Baldio (1961). Livros raros, jamais reeditados desde o lançamento, estão agora, pela primeira vez, ao alcance de todos os leitores.

José Geraldo Vieira preferia datar sua estreia como escritor em 1931, quando publicou A mulher que fugiu de Sodoma (escrito, na verdade, durante o Carnaval de 1924). Enquanto romancista, isso é verdade. Mas ele já tinha, naquele momento, dois livros publicados, O Triste Epigrama e A Ronda Do Deslumbramento. O primeiro foi editado no Rio de Janeiro em 1920, quando José Geraldo acabara de concluir o curso de medicina e se preparava para deixar o Brasil com destino à Europa, onde faria especializações em Paris e em Berlim. O segundo saiu em 1923, justamente quando ele voltava ao Brasil, já médico radiologista, uma especialidade então nova e bastante promissora.

Ao desprezar estes dois volumes inaugurais em sua carreira, José Geraldo Vieira estava aplicando a si mesmo, ou à sua obra, o rigor do esteta maduro que já havia publicado obras-primas da literatura brasileira, como A Ladeira da Memória (1950) e O albatroz (1952). Mas, do nosso ponto de vista de leitores, quase cem anos após o aparecimento daqueles dois diminutos volumes, a perspectiva deve ser naturalmente outra.

É provavelmente devido a esse menosprezo do autor por seus dois livros da juventude que eles, ao contrário do que ocorreu com os romances posteriores, jamais tenham sido, até hoje, reeditados. Para piorar a situação, as edições iniciais foram limitadas a poucos exemplares, o que faz com que os hoje sobreviventes sejam consideravelmente raros.

A Ronda Do Deslumbramento é um poema em prosa, curto e bastante inspirado na estrutura de Balada do Cárcere (Ballad of the Reading Gael), escrito na prisão por Oscar Wilde — cuja obra, aliás, era uma das maiores influências sobre José Geraldo naquele início de carreira —, e recebeu elogios de gente influente, como Ronald de Carvalho e Gilberto Amado. É livro que se lê rápido e com inegável prazer.

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A Ronda Do Deslumbramento & O Triste Epigrama Obras da juventude, já traziam nelas as marcas do gênio literário que se manifestaria, anos mais tarde.

Foi com estes dois livros, de 1920 e 1923, que José Geraldo Vieira estreou na literatura. Obras da juventude, já traziam nelas as marcas do gênio literário que se manifestaria, em sua plenitude, anos mais tarde. Os 24 excepcionais contos de A Ronda Do Deslumbramento, além disso, boa parte dos quais situados na Europa, nos mostram cenas que seriam desenvolvidas, futuramente, em romances como Território Humano (1936) e Terreno Baldio (1961). Livros raros, jamais reeditados desde o lançamento, estão agora, pela primeira vez, ao alcance de todos os leitores.

José Geraldo Vieira preferia datar sua estreia como escritor em 1931, quando publicou A mulher que fugiu de Sodoma (escrito, na verdade, durante o Carnaval de 1924). Enquanto romancista, isso é verdade. Mas ele já tinha, naquele momento, dois livros publicados, O Triste Epigrama e A Ronda Do Deslumbramento. O primeiro foi editado no Rio de Janeiro em 1920, quando José Geraldo acabara de concluir o curso de medicina e se preparava para deixar o Brasil com destino à Europa, onde faria especializações em Paris e em Berlim. O segundo saiu em 1923, justamente quando ele voltava ao Brasil, já médico radiologista, uma especialidade então nova e bastante promissora.

Ao desprezar estes dois volumes inaugurais em sua carreira, José Geraldo Vieira estava aplicando a si mesmo, ou à sua obra, o rigor do esteta maduro que já havia publicado obras-primas da literatura brasileira, como A Ladeira da Memória (1950) e O albatroz (1952). Mas, do nosso ponto de vista de leitores, quase cem anos após o aparecimento daqueles dois diminutos volumes, a perspectiva deve ser naturalmente outra.

É provavelmente devido a esse menosprezo do autor por seus dois livros da juventude que eles, ao contrário do que ocorreu com os romances posteriores, jamais tenham sido, até hoje, reeditados. Para piorar a situação, as edições iniciais foram limitadas a poucos exemplares, o que faz com que os hoje sobreviventes sejam consideravelmente raros.

A Ronda Do Deslumbramento é um poema em prosa, curto e bastante inspirado na estrutura de Balada do Cárcere (Ballad of the Reading Gael), escrito na prisão por Oscar Wilde — cuja obra, aliás, era uma das maiores influências sobre José Geraldo naquele início de carreira —, e recebeu elogios de gente influente, como Ronald de Carvalho e Gilberto Amado. É livro que se lê rápido e com inegável prazer.

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