John Kenneth Galbraith – O Colapso Da Bolsa, 1929: Anatomia De Uma Crise
Galbraith descreve neste livro o maior desastre econômico deste século: o colapso da bolsa de Nova York de 1929.
Em linguagem clara e permeada de apropriadas ironias (que tornam sua leitura agradável) Galbraith procura entender e explicar os fatores que desencadearam a crise de 1929 e a maior depressão já registrada na economia norte-americana e mundial.
De início, procura descrever as causas e consequências de uma especulação desenfreada, utilizando como paradigma à quela ocorrida quando do loteamento do estado da Flórida, nos meados da década de 20.
Passa à análise dos antecedentes de 1929, e em dois capítulos chave (‘Algo poderia ser feito?’ e ‘em Gold Sachs nós confiamos’) indica os fundamentos principais que levaram ao colapso de outubro de 1929.
Fecha sua análise, em tom sombrio, discorrendo acerca das perspectivas de novo ‘crack’ e consequente depressão semelhante.
Escrevi este livro durante o verão e o outono de 1954. Na época, achava-me absorvido no manuscrito que, afinal, se tornou The Affluent Society. Ou, mais precisamente, depois de meses de labor improdutivo e frustrado, que resultará numa série de capítulos tão insípidos quanto ao conteúdo e tão repugnantes quanto ao estilo que nem eu aguentava lê-los, sentia-me completamente deprimido.
O suicídio parecia ser a única solução; infelizmente, era um verão e bastante agradável no Sul do Estado de Vermont.
Meu vizinho, Arthur M. Schlesinger, Jr., pedira-me de modo reservado, certa vez, que eu escrevesse a obra definitiva sobre a Grande Depressão. Ser-lhe-ia de grande utilidade, pensava ele, para o seu trabalho sobre Roosevelt. Resolvi assumir o compromisso e escrever um livro sobre os dias dramáticos que precederam a depressão.
Jamais gostei tanto de escrever um livro; na verdade, é o único do qual me lembro não ter constituído de fato um trabalho, e sim um prazer. Fiz as pesquisas na Biblioteca Baker, da Escola Dartmouth, trabalhando entre os murais de Orosco no andar térreo.
De alguma forma eles encerravam a atmosfera de irrealidade, de excesso gargantuesco e de desastre iminente dos meses que antecederam o craque.
E, como podia acontecer no fim da manhã ou no fim da tarde, se tal atmosfera ficasse muito sobrecarregada, eu escapava para a plena luz do Sol, na vila mais deliciosa e tão comum em toda a Nova Inglaterra, tomava um martíni e comia uma boa refeição na Estalagem Hanover.
Dava minhas aulas apressadamente nesse outono e corria para trabalhar no manuscrito; quando o entreguei ao editor, senti que estava dando adeus a um companheiro estimado e valioso.
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