Os Impérios, nas suas várias tipologias e formatos, são uma constante na História. Em expansão e em consolidação ou em decadência e retração, os Impérios traziam estabilidade e, ao mesmo tempo, uma instabilidade potencial, derivada da concorrência.
Essa instabilidade, normalmente, se resolvia em um ciclo de guerras, o qual, por sua vez, conduzia a uma nova estabilidade imperial. Estudar os Impérios e suas guerras é, em boa medida, estudar a essência das relações internacionais, não apenas as contemporâneas.
Os Impérios E Suas Guerras reúne diversos artigos a respeito da temática dos Impérios, partindo da Roma imperial, passando pelos Impérios modernos – como o Otomano, o Austro- Húngaro e o Britânico – e chegando ao atual poder hegemônico dos Estados Unidos.
Do mesmo modo, a temática das guerras, tão associada à expansão e à decadência imperiais, também está presente nessa obra, com destaque para as duas guerras mundiais, as quais redefiniram o equilíbrio entre os Impérios no século XX.
Sob a bandeira do imperialismo, João Fabio Bertonha aborda o maior evento negativo do século XX: a II Guerra Mundial, em que aflorou de modo intenso a crueldade coletiva, sob o signo da defesa irrestrita de ideologias políticas de cunho simultaneamente nacional e universal/ imperial, econômicas e culturais, expressas no racismo. De forma pertinente, o autor avalia a maneira como os livros didáticos tratam do conflito.
Em vários, há a desconexão entre a confrontação e suas raízes imperiais de extração política e econômica. O isolamento de uma expressão ideológica como nazismo das origens pela primazia na Europa também aparece.
Além disso, visões dicotômicas se manifestam como um caminho seguro para explicar o período – bem versus mal – ou o simples arrolamento de batalhas, generais e territórios perdidos ou conquistados.
Em suma, faltaria a visão de longo prazo na explicação do mais marcante momento do século passado, relacionada mesma com a participação do Brasil a partir de 1942.