Em 2008, o relatório “Future of the Internet”, do Pew Internet & American Life Project, avançava que em 2020 os dispositivos móveis seriam a principal forma de acesso à Internet. Nessa altura, o iPhone era ainda uma novidade e o iPad seria lançado apenas dois anos mais tarde, pelo que dificilmente se poderia vislumbrar nestes dispositivos um mercado com potencial. Cinco anos depois, o cenário é bem diferente: para ilustrar esta afirmação basta dizer que a Gartner prevê vendas de 1.200 milhões de dispositivos inteligentes (smartphones e tablets) só no ano de 2013. Com números desta grandeza é natural que as previsões do PEW ocorram muito antes da data prevista, pelo que se justifica a publicação de uma obra sobre jornalismo e dispositivos móveis.
O livro que agora apresentamos procura responder a questões suscitadas por este novo ecossistema mediático. Trata-se de uma coletânea de textos que encerra um longo processo seletivo de propostas destinadas ao congresso Jornalismo e Dispositivos Móveis. Inicialmente foram recebidos 33 resumos oriundos de sete países. Um painel de especialistas portugueses, espanhóis e brasileiros avaliou estas propostas, tendo sido escolhidas as 18 melhor pontuadas. Por diversas razões, apenas 15 destes trabalhos acabaram por ser apresentados no congresso.
Seguiu-se uma nova avaliação que levou à introdução de algumas alterações, procurando-se desta forma melhorar o trabalho final. A estes textos juntámos dois apresentados por convidados e o resultado é este livro. A obra está organizada em quatro capítulos: O primeiro capítulo – Um ecossistema em mudança – reúne textos que procuram enquadrar a emergência dos dispositivos móveis no ecossistema, abordando os impactos resultantes destas alterações nos formatos, linguagens, distribuição e consumo. Juan Miguel Aguado, Suzana Barbosa e Denis Renó destacam o renovado papel dos utilizadores e salientam que meios de comunicação e anunciantes devem redefinir as suas estratégias tradicionais.
No segundo capítulo – Do papel ao ecrã táctil – são apresentados vários trabalhos que analisam a forma como os jornais estão a usar as tecnologias móveis para ultrapassar a crise que afeta os meios tradicionais. Através de estudos de caso desenvolvidos no Brasil e em Espanha, os investigadores concluem que as empresas ainda estão a testar linguagens e modelos que permitam viabilizar o negócio. Tal como aconteceu nos primeiros anos do jornalismo na Web, existe ainda uma grande indefinição. As grandes vantagens percebidas pelos utilizadores estão, para já, nas plataformas de acesso e não nos próprios conteúdos produzidos pelos jornais.
Notícias E Mobilidade
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