Literatura Do Cacau

Neste livro, João Batista Cardoso analisa quatro obras da Literatura do Cacau na perspectiva de suas vertentes ideológicas.

A Literatura do Cacau ocupa lugar de destaque na literatura brasileira, não só devido à riqueza e diversidade dos textos, como também porque se caracteriza por uma postura humanista recorrente na intelligentsia nacional, desde o final do século XIX.

Essa literatura é marcada também por uma redescoberta do Brasil, continuando uma tradição que, até ali, havia encontrado seu ápice em Euclides da Cunha, que desnudou as contradições da realidade histórico-social brasileira, enfocando a questão do oprimido e indicando possibilidades de superação.

Faz parte do Movimento Nordestino iniciado na ficção narrativa por José Américo de Almeida (A bagaceira, 1928). Esse movimento, juntamente com uma tradição literária de longa data e, mais recentemente, com o realismo-naturalismo, contribuiu para redesenhar, pela literatura, as fronteiras nacionais, privilegiando o tema da exploração do homem pelo homem e desenvolvendo a análise social a partir da figura do marginalizado.

Esses fatores destacam a Literatura do Cacau no contexto geral da Literatura Brasileira.

Hélio Pólvora e Telmo Padilha afirmam que a produção literária da região baiana onde predominam os cacauais “entrou para o mapa literário brasileiro a partir dos primeiros sinais definidores dos ciclos regionais em nossa prosa de ficção”.

Essas produções apreenderam uma realidade específica, um aspecto particular, econômico, religioso e moral, tendo, portanto, como centro a problemática do homem no ambiente social.

Os autores viveram na Bahia e produziram na mesma época histórica. Sua obra marca-se pelo desenvolvimento de narrativas que reproduzem conflitos e homens típicos de uma realidade social e política cujos aspectos formadores foram oriundos da economia do cacau como problema regional, caracterizado pela exploração exercida verticalmente entre os homens, de onde se tirou um sentido de desenvolvimento histórico marcado pela busca universal da liberdade, como objeto do desejo e aspecto da ruptura das contradições.

Cada momento histórico-social tem suas próprias marcas, que Gramsci reúne sob o rótulo de personalidade. Para ele, essa personalidade difere o momento histórico porque uma “atividade fundamental da vida nele predomina sobre as outras”, dando um novo rumo para os fatos determinantes da História, na medida em que altera as relações humanas na sociedade.

A área dos cacauais baiana apresentou uma estrutura social e uma civilização com características definidas, graças à identidade cultural e de interesses que a demarcou, conferindo-lhe uma personalidade.

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Neste livro, João Batista Cardoso analisa quatro obras da Literatura do Cacau na perspectiva de suas vertentes ideológicas.

A Literatura do Cacau ocupa lugar de destaque na literatura brasileira, não só devido à riqueza e diversidade dos textos, como também porque se caracteriza por uma postura humanista recorrente na intelligentsia nacional, desde o final do século XIX.

Essa literatura é marcada também por uma redescoberta do Brasil, continuando uma tradição que, até ali, havia encontrado seu ápice em Euclides da Cunha, que desnudou as contradições da realidade histórico-social brasileira, enfocando a questão do oprimido e indicando possibilidades de superação.

Faz parte do Movimento Nordestino iniciado na ficção narrativa por José Américo de Almeida (A bagaceira, 1928). Esse movimento, juntamente com uma tradição literária de longa data e, mais recentemente, com o realismo-naturalismo, contribuiu para redesenhar, pela literatura, as fronteiras nacionais, privilegiando o tema da exploração do homem pelo homem e desenvolvendo a análise social a partir da figura do marginalizado.

Esses fatores destacam a Literatura do Cacau no contexto geral da Literatura Brasileira.

Hélio Pólvora e Telmo Padilha afirmam que a produção literária da região baiana onde predominam os cacauais “entrou para o mapa literário brasileiro a partir dos primeiros sinais definidores dos ciclos regionais em nossa prosa de ficção”.

Essas produções apreenderam uma realidade específica, um aspecto particular, econômico, religioso e moral, tendo, portanto, como centro a problemática do homem no ambiente social.

Os autores viveram na Bahia e produziram na mesma época histórica. Sua obra marca-se pelo desenvolvimento de narrativas que reproduzem conflitos e homens típicos de uma realidade social e política cujos aspectos formadores foram oriundos da economia do cacau como problema regional, caracterizado pela exploração exercida verticalmente entre os homens, de onde se tirou um sentido de desenvolvimento histórico marcado pela busca universal da liberdade, como objeto do desejo e aspecto da ruptura das contradições.

Cada momento histórico-social tem suas próprias marcas, que Gramsci reúne sob o rótulo de personalidade. Para ele, essa personalidade difere o momento histórico porque uma “atividade fundamental da vida nele predomina sobre as outras”, dando um novo rumo para os fatos determinantes da História, na medida em que altera as relações humanas na sociedade.

A área dos cacauais baiana apresentou uma estrutura social e uma civilização com características definidas, graças à identidade cultural e de interesses que a demarcou, conferindo-lhe uma personalidade.

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