D. Maria I: A Vida Notável De Uma Rainha Louca

D. Maria I de Portugal tem sido tratada de forma pouco amável pela historiografia. Enquanto alguns autores a colocam de parte, como se fosse apenas uma louca religiosa, outros relegam os seus anos no trono para uma breve nota de rodapé, encafuada entre os períodos mais dramáticos do governo de marquês de Pombal e da Guerra Peninsular.

Contudo, ela merece bem mais, não apenas por ter sido uma mulher bondosa, cujo principal infortúnio foi herdar a coroa, mas também pelo facto de a sua história ser um paradigma da principal disputa do século XVIII entre a Igreja e o Estado, entre as velhas superstições e a época da razão.
A rainha encarnava fielmente as contradições desse tempo, pois apesar dos seus fortes instintos na direção de uma religião tradicional, soube compreender, pelo menos em alguns aspetos, o Iluminismo, tendo mesmo adotado uma abordagem humanitária dos assuntos de Estado. Mulher frágil e delicada, adaptou-se mal à monarquia e a intensa luta pelo poder entre a Igreja e o Estado ajudou a destrui-la.
Embora se tenha esforçado por governar bem o país, com os conselhos dos seus ministros, D. Maria tinha pouco interesse pela política. Foi também por isso que não escrevi uma história política, concentrando-me mais nas complexidades da sua vida privada, assim como nos principais acontecimentos e nas personalidades desse período.
A principal fonte utilizada nesta obra foi a correspondência dos embaixadores britânicos em Lisboa, particularmente Robert Walpole (sobrinho de Sir Robert Walpole, o primeiro-ministro de Inglaterra), o qual escreveu cartas muito elucidativas e divertidas. Apreciei a sua companhia enquanto trabalhava com os documentos do Estado e do Foreign Office nos Arquivos Nacionais e senti a sua falta quando foi para casa de licença. Outra fértil fonte foi o diário do marquês de Bombelles, embaixador francês em Portugal durante os anos 1786-1788, que era deliciosamente indiscreto nas páginas do seu diário privado.

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D. Maria I de Portugal tem sido tratada de forma pouco amável pela historiografia. Enquanto alguns autores a colocam de parte, como se fosse apenas uma louca religiosa, outros relegam os seus anos no trono para uma breve nota de rodapé, encafuada entre os períodos mais dramáticos do governo de marquês de Pombal e da Guerra Peninsular. Contudo, ela merece bem mais, não apenas por ter sido uma mulher bondosa, cujo principal infortúnio foi herdar a coroa, mas também pelo facto de a sua história ser um paradigma da principal disputa do século XVIII entre a Igreja e o Estado, entre as velhas superstições e a época da razão.
A rainha encarnava fielmente as contradições desse tempo, pois apesar dos seus fortes instintos na direção de uma religião tradicional, soube compreender, pelo menos em alguns aspetos, o Iluminismo, tendo mesmo adotado uma abordagem humanitária dos assuntos de Estado. Mulher frágil e delicada, adaptou-se mal à monarquia e a intensa luta pelo poder entre a Igreja e o Estado ajudou a destrui-la.
Embora se tenha esforçado por governar bem o país, com os conselhos dos seus ministros, D. Maria tinha pouco interesse pela política. Foi também por isso que não escrevi uma história política, concentrando-me mais nas complexidades da sua vida privada, assim como nos principais acontecimentos e nas personalidades desse período.
A principal fonte utilizada nesta obra foi a correspondência dos embaixadores britânicos em Lisboa, particularmente Robert Walpole (sobrinho de Sir Robert Walpole, o primeiro-ministro de Inglaterra), o qual escreveu cartas muito elucidativas e divertidas. Apreciei a sua companhia enquanto trabalhava com os documentos do Estado e do Foreign Office nos Arquivos Nacionais e senti a sua falta quando foi para casa de licença. Outra fértil fonte foi o diário do marquês de Bombelles, embaixador francês em Portugal durante os anos 1786-1788, que era deliciosamente indiscreto nas páginas do seu diário privado.

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