Temas Em Saúde Coletiva

Há mais de trinta anos atrás, Antônio Sergio Arouca, representando os integrantes do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, apresentou à Comissão de Saúde da Câmara de Deputados, em Brasília, a proposta de criação do Sistema Único de Saúde

, inserindo definitivamente no espaço público da sociedade brasileira a noção do direito universal à saúde. No mesmo ato, convocou as autoridades governamentais a se posicionarem diante da crise do setor e indicou um caminho para seu enfrentamento e superação.
Este fato representa uma ruptura com a tradição anterior, na medida em que problematizava a desigualdade social, a iniquidade e a injustiça que marcam historicamente a organização econômica, social e política deste país, cujos efeitos nas condições de vida da população começavam a ser investigados em diversos espaços acadêmicos, gerando conhecimentos que subsidiaram o movimento pela Reforma Sanitária.
Iniciados anos antes, os primeiros debates giraram em torno da proposta de “democratização da saúde”. O termo contemplava a difusão de conhecimentos voltados à formação de uma cultura sanitária fundada na conscientização acerca dos determinantes sociais da saúde, ponto de partida para o desencadeamento de ações individuais e coletivas voltados à melhoria das condições de vida, trabalho e lazer dos diversos grupos sociais.
Além disso, indicava a necessidade de ampliar e democratizar o acesso da população como um todo aos bens e serviços que contribuíssem para a promoção e proteção da saúde, prevenção de riscos e agravos, bem como assistência e recuperação em caso de doenças e acidentes. Daí o interesse em se conhecer a experiência de outros países que haviam apostado em processos de reforma dos seus sistemas de saúde, a exemplo dos países socialistas e dos países europeus que desenvolveram o chamado “Estado de bem-estar social”.
A experiência da Inglaterra, com o seu National Health Service, criado no pós-guerra, e a reforma sanitária italiana, desencadeada a partir de 1978, fortaleciam a convicção das lideranças e alimentavam o sonho dos militantes da nossa RSB, contribuindo para o avanço do processo de mobilização que culminou com a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986.

  

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Há mais de trinta anos atrás, Antônio Sergio Arouca, representando os integrantes do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, apresentou à Comissão de Saúde da Câmara de Deputados, em Brasília, a proposta de criação do Sistema Único de Saúde, inserindo definitivamente no espaço público da sociedade brasileira a noção do direito universal à saúde. No mesmo ato, convocou as autoridades governamentais a se posicionarem diante da crise do setor e indicou um caminho para seu enfrentamento e superação.
Este fato representa uma ruptura com a tradição anterior, na medida em que problematizava a desigualdade social, a iniquidade e a injustiça que marcam historicamente a organização econômica, social e política deste país, cujos efeitos nas condições de vida da população começavam a ser investigados em diversos espaços acadêmicos, gerando conhecimentos que subsidiaram o movimento pela Reforma Sanitária.
Iniciados anos antes, os primeiros debates giraram em torno da proposta de “democratização da saúde”. O termo contemplava a difusão de conhecimentos voltados à formação de uma cultura sanitária fundada na conscientização acerca dos determinantes sociais da saúde, ponto de partida para o desencadeamento de ações individuais e coletivas voltados à melhoria das condições de vida, trabalho e lazer dos diversos grupos sociais.
Além disso, indicava a necessidade de ampliar e democratizar o acesso da população como um todo aos bens e serviços que contribuíssem para a promoção e proteção da saúde, prevenção de riscos e agravos, bem como assistência e recuperação em caso de doenças e acidentes. Daí o interesse em se conhecer a experiência de outros países que haviam apostado em processos de reforma dos seus sistemas de saúde, a exemplo dos países socialistas e dos países europeus que desenvolveram o chamado “Estado de bem-estar social”.
A experiência da Inglaterra, com o seu National Health Service, criado no pós-guerra, e a reforma sanitária italiana, desencadeada a partir de 1978, fortaleciam a convicção das lideranças e alimentavam o sonho dos militantes da nossa RSB, contribuindo para o avanço do processo de mobilização que culminou com a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986.

  

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