Retrato Do Artista Quando Jovem

A obra de James Joyce ocupa posição fundamental na literatura do século XX e, com Ulisses certamente e Finnegans Wake provavelmente, constitui um marco miliar na ficção e em particular num gênero, o romance, que com ele teria atingido feição conclusiva e fatal

, se os próprios germes de extinção que lançou não se tivessem depois revelado germes da ressurreição. O que é ponto pacífico é que um leitor qualificado não se situa na criação literária contemporânea se não toma pé na obra de Joyce.
Esta pode ser definida, na sua linha evolutiva, por três momentos: o dos contos de Dublinenses, publicados em 1914, mas com materiais que remontam a uma década ao menos para antes; o de Ulisses, de 1922, e o de Finnegans Wake, que toma feição definitiva em 1939, dois anos antes da morte de Joyce.

Até o Ulisses, a obra de Joyce, embora pontilhada de surtos premonitórios, é obra essencialmente canônica, inscrita na deriva da alta tradição da prosa inglesa; com Ulisses, há a convulsão, na visão da realidade que ele buscou agudamente — a de fora e a de dentro — e na expressão dessa realidade, o que o levou a transfigurar a própria língua inglesa (e qualquer língua de cultura pela lição de eficácia daí derivada).
Por isso, a iniciação na obra de Joyce, quer no original, quer nas traduções, é às vezes tarefa inglória, pois muito leitor não consegue transpor o cabo das Tormentas representado por Ulisses, tantas são as reais e aparentes violações que nela encontra aos códigos a que estava afeiçoado. Há, assim, uma como que necessidade didática de preparação para a entrada nesse universo.
Se Dublinenses dá a chave para o tratamento de certos pernagens e certos meios (Dublin é a cidade do homem moderno, o labirinto de concentração de todos os mitos e sofrimentos e mediações com que os homens se afeiçoam e massacram mutuamente, lutando por preservar uma identidade que não sabem onde encontrar), um livro seu há que é, sem equívoco algum, o preâmbulo de Ulysses. Esse livro é Retrato do artista quando jovem, também publicado em 1914.

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A obra de James Joyce ocupa posição fundamental na literatura do século XX e, com Ulisses certamente e Finnegans Wake provavelmente, constitui um marco miliar na ficção e em particular num gênero, o romance, que com ele teria atingido feição conclusiva e fatal, se os próprios germes de extinção que lançou não se tivessem depois revelado germes da ressurreição. O que é ponto pacífico é que um leitor qualificado não se situa na criação literária contemporânea se não toma pé na obra de Joyce.
Esta pode ser definida, na sua linha evolutiva, por três momentos: o dos contos de Dublinenses, publicados em 1914, mas com materiais que remontam a uma década ao menos para antes; o de Ulisses, de 1922, e o de Finnegans Wake, que toma feição definitiva em 1939, dois anos antes da morte de Joyce.

Até o Ulisses, a obra de Joyce, embora pontilhada de surtos premonitórios, é obra essencialmente canônica, inscrita na deriva da alta tradição da prosa inglesa; com Ulisses, há a convulsão, na visão da realidade que ele buscou agudamente — a de fora e a de dentro — e na expressão dessa realidade, o que o levou a transfigurar a própria língua inglesa (e qualquer língua de cultura pela lição de eficácia daí derivada).
Por isso, a iniciação na obra de Joyce, quer no original, quer nas traduções, é às vezes tarefa inglória, pois muito leitor não consegue transpor o cabo das Tormentas representado por Ulisses, tantas são as reais e aparentes violações que nela encontra aos códigos a que estava afeiçoado. Há, assim, uma como que necessidade didática de preparação para a entrada nesse universo.
Se Dublinenses dá a chave para o tratamento de certos pernagens e certos meios (Dublin é a cidade do homem moderno, o labirinto de concentração de todos os mitos e sofrimentos e mediações com que os homens se afeiçoam e massacram mutuamente, lutando por preservar uma identidade que não sabem onde encontrar), um livro seu há que é, sem equívoco algum, o preâmbulo de Ulysses. Esse livro é Retrato do artista quando jovem, também publicado em 1914.

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