A Idade Média E O Dinheiro: Ensaio De Uma Antropologia Histórica

O dinheiro1 que estará em causa aqui não foi tratado por uma única palavra na Idade Média, quer se tratasse do latim ou das línguas vernáculas. O dinheiro no sentido em que o entendemos hoje e que dá seu título a este ensaio é um produto da modernidade.

Dizer isto é anunciar desde já que o dinheiro não é personagem de primeiro plano na época medieval, nem do ponto de vista econômico, nem do ponto de vista político, nem do ponto de vista psicológico e ético. As palavras que no francês medieval se aproximam mais do dinheiro no sentido atual são: “moeda”, “denário”, “pecúnia”. As realidades que designaríamos hoje por esse termo “dinheiro” não são essencialmente aquilo que faria a riqueza. Se um medievalista japonês pôde sustentar que o rico nasceu na Idade Média, coisa que não se pode afirmar com segurança, esse rico, seja como for, o é mais em terras, em homens e em poder do que em dinheiro monetizado.
A Idade Média, quando se trata de dinheiro, representa na longa duração da história uma fase de regressão. O dinheiro, nela, é menos importante, está menos presente do que no Império Romano, e sobretudo muito menos importante do que viria a ser a partir do século XVI, e particularmente do XVIII. Se o dinheiro é uma realidade com a qual a sociedade medieval deve contar mais e mais e que começa a ter aspectos que assumirá na época moderna, os homens da Idade Média, sem exclusão dos comerciantes, dos clérigos e dos teólogos, jamais tiveram uma concepção clara e unificada do sentido que damos hoje a esse termo.
Dois temas principais serão abordados neste ensaio. Por um lado, qual foi o tipo de moeda, ou antes de moedas, na economia, na vida e na mentalidade medievais; por outro lado, nessa sociedade dominada pela religião, como o cristianismo considerou e ensinou a atitude que deve adotar o cristão ante o dinheiro e que uso dele deve fazer.

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A Idade Média, quando se trata de dinheiro, representa na longa duração da história uma fase de regressão. O dinheiro, nela, é menos importante, está menos presente do que no Império Romano, e sobretudo muito menos importante do que viria a ser a partir do século XVI, e particularmente do XVIII. Se o dinheiro é uma realidade com a qual a sociedade medieval deve contar mais e mais e que começa a ter aspectos que assumirá na época moderna, os homens da Idade Média, sem exclusão dos comerciantes, dos clérigos e dos teólogos, jamais tiveram uma concepção clara e unificada do sentido que damos hoje a esse termo.
Dois temas principais serão abordados neste ensaio. Por um lado, qual foi o tipo de moeda, ou antes de moedas, na economia, na vida e na mentalidade medievais; por outro lado, nessa sociedade dominada pela religião, como o cristianismo considerou e ensinou a atitude que deve adotar o cristão ante o dinheiro e que uso dele deve fazer.

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