Jacques Ellul – A Palavra Humilhada
A Palavra Humilhada é título de uma das principais obras do pensador francês Jacques Ellul. Segundo o autor, no século XIX, sob influência da ciência positivista, a palavra perdeu sua autenticidade, vitalidade e seriedade para a imagem.
Nessas novas condições, quando a palavra pretende “nada dizer a não ser o real” e a dizer “somente prática”, abriu-se caminho para uma redução da vida “à pura objetividade”, e a inversão das relações entre imagens e palavras.
O político pertence ao domínio do visual pois usa a palavra como meio subordinado a fins visualizáveis. É a maior mutação que o homem já conheceu desde a idade da pedra. O equilíbrio sutil entre a vista e o ouvido, a palavra e o gesto, rompeu-se em benefício do sinal e da vista.
A palavra é o lugar, ao mesmo tempo que a expressão da liberdade. Ou, conforme o que quisermos: da pretensão de liberdade, da intenção de liberdade, da ilusão de liberdade, ao mesmo tempo, sem dúvida, que da falsificação da liberdade.
Onde quer que haja exclusão ou subordinação da palavra, há eliminação da liberdade.
A Palavra Humilhada foi escrito em 1981 e já naquela época Ellul, enxergara o andamento das relações humanas em dias atuais. A premissa básica de A Palavra Humilhada é que o verbo, a palavra seria humilhada em dias hodiernos.
Vivemos numa época chamada de pós-moderna. Na pós-modernidade tanto o Verbo de Deus quanto o verbo linguístico são humilhados. Hoje em dia ninguém valoriza a Palavra viva de Deus, muito menos as narrativas.
Uma imagem vale mais do que mil palavras, já dizia o adágio popular. De fato a palavra fora humilhada e substituída por mil imagens.
Jacques Ellul foi filósofo, sociólogo, teólogo e um notável anarquista cristão francês. Nasceu em Bordeaux, na França, e foi educado nas universidades de Bordeaux e Paris. Ellul foi professor de História e Sociologia das Instituições na Faculdade de Direito e Ciências Econômicas da Universidade de Bordéus.
Escritor prolífico, ele escreveu 58 livros e mais de mil artigos ao longo de sua vida, abordando, sobretudo a propaganda, o impacto da tecnologia sobre a sociedade e a interação entre religião e política. O tema dominante de seu trabalho foi a ameaça à liberdade humana e religião provocada pela tecnologia moderna.
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