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A questão da memória é crucial para o entendimento da efetivação dos direitos humanos, pois é preciso uma reflexão que aborde historicamente a constituição e garantia dos direitos humanos em diferentes sociedades.
No Brasil esta temática merece ser discutida tanto nos meios acadêmicos, como nos espaços públicos, a fim de garantir que não seja apenas uma questão teórica, mas, sobretudo que conquiste os diferentes espaços de formação e sociabilidade.
Decorrente disso, estamos propondo uma reflexão que perpassa as diferentes abordagens e problemáticas que dizem respeito tanto à configuração dos direitos humanos quanto a sua efetividade.
Os textos apresentados nos diferentes capítulos são plurais, e dão conta de uma problemática crucial no Século XXI, ou seja, desdobramentos da memória e efetivação dos direitos humanos.
O primeiro texto aborda dimensões sobre a memória na atualidade. São questões que balizam o entendimento da eficácia da memória em diferentes perspectivas teóricas e metodológicas. A abordagem visa dar uma contribuição para o entendimento dos desdobramentos que a memória adquire na contemporaneidade, perpassando por diferentes concepções elaboradas por autores clássicos sobre a memória.
Já no último capítulo, o viés da abordagem analisa o período da ditadura militar no Brasil caracterizado pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura e perseguição política.
Procura-se em um primeiro momento trazer a história da ditadura militar com os momentos do regime ditatorial e a edição dos AIs. Busca-se também abordar a importância da Comissão Nacional da Verdade (CNA) com apuração das graves violações de direitos humanos, detalhando, mediante o cruzamento de documentos e depoimentos sobre casos específicos, como se deram as violações aos direitos humanos na ditadura militar brasileira.
Por fim, analisa-se como as práticas autoritárias que deveriam ser consideradas próprias de um governo ditatorial, mesmo depois de um longo processo de transição com vistas à consolidação dos direitos humanos, não deixaram de se manifestar com o advento do regime democrático neste País.
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