
Esta publicação reúne os principais trabalhos apresentados no VIII Simpósio Baiano de Pesquisadoras(es) sobre Mulher e Relações de Gênero, realizado em 2007, no qual o foco das discussões e debates confluíram para as questões relativas à transversalização do enfoque de gênero, tema que se inscreve no âmbito das políticas públicas de trabalho e desenvolvimento sustentável, educação, cultura, saúde, violência e direitos reprodutivos.
Os ensaios reunidos neste número da Coleção buscam explorar os diversos instrumentais teóricos e as práticas desenvolvidas no âmbito das políticas públicas e nos demais processos educativos, organizacionais, políticos, bem como no âmbito da cultura em curso na nossa sociedade, que contemplam abordagens transversais articulando gênero a outras dimensões da vida social.
A ideia é contribuir para o aprofundamento das reflexões sobre os meandros do debate atual sobre transversalização, bem como a identificação de problemas e limitações à implementação dessa estratégia na construção da equidade de gênero.
Vale, pois, considerar, a pertinência e oportunidade de disseminação desses conhecimentos, tanto na academia, e, principalmente, junto à comunidade.
A atualidade desse tema é, portanto, indiscutível visto que diz respeito à busca de mecanismos e estratégias analíticas, metodológicas e pedagógicas que visam o tratamento e a superação das desigualdades de gênero nos processos de desenvolvimento, bem como os processos subjacentes a essas desigualdades, persistentes em nossa sociedade.
Estudos e debates nesse sentido tiveram como momento de expressão máxima a IV Conferência Internacional da Mulher, realizada em Beijing, China, em 1995, quando foi formulada e aprovada uma Plataforma de Ação que registrou significativos avanços para as lutas das mulheres.
Nesse documento, deu-se ênfase à questão dos direitos das mulheres enquanto direitos humanos, reconhecendo-se, finalmente, dentre eles, os seus direitos sexuais e reprodutivos.
Ademais, definiu-se a equidade de gênero como uma questão de relevância para toda a sociedade e não apenas de interesse para as mulheres – afirmando-se ser da responsabilidade dos governos dos países signatários a construção de uma sociedade mais includente e mais justa.
