Economia Numa Única Lição
é uma análise das falácias da economia, hoje tão correntes que se tornaram quase uma nova ortodoxia.
A única coisa que impediu que isto ocorresse foram suas próprias contradições, que dispersaram os que aceitam as mesmas premissas e criaram uma centena de diferentes “escolas”, pela simples razão de ser impossível, em assuntos referentes à vida prática, ser coerente com o erro.
Mas a diferença entre uma nova escola e outra está, simplesmente, no fato de um grupo despertar mais cedo que outro ante os absurdos a que suas falsas premissas o estão conduzindo e, nesse momento, tornar-se inconsequente, quer abandonando-as involuntariamente, quer aceitando conclusões delas decorrentes menos inquietantes ou menos fantásticas que as que a lógica exigiria.
Não há no mundo, porém, neste momento, um governo sensato cuja política econômica não seja influenciada pela aceitação de algumas dessas falácias, quando não for inteiramente dirigido por elas.
O meio mais curto e mais seguro para compreender a economia talvez seja mediante uma dissecação de tais erros e, especialmente, do erro fundamental do qual elas se originam. É esta a pretensão desse livro e de seu titulo, Economia Numa Única Lição, um tanto ambicioso e belicoso.
Economia Numa Única Lição contém, por isso, em primeiro lugar uma exposição. Não tem a pretensão de ser original no tocante a quaisquer das principais ideias que expõe. Pelo contrário, seus esforços objetivam mostrar que muitas das ideias, que agora passam por brilhantes inovações e progressos, são, na realidade, mera revivificação de antigos erros e mais uma prova do ditado, segundo o qual todo aquele que ignora o passado está condenado a repeti-lo.
O presente ensaio é, suponho, impudentemente “clássico”, “tradicional” e “ortodoxo”: pelo menos são esses os epítetos com os quais as pessoas, cujos sofismas são aqui analisados, procurarão, indubitavelmente, tentar rejeitar essa análise.
Mas o estudante, cujo objetivo é, na medida do possível, alcançar a verdade, não se atemorizará com tais adjetivos. Não estará procurando uma permanente revolução, uma “nova arrancada” no pensamento econômico.
Seu espírito acolherá, naturalmente, tanto as novas, como as velhas ideias, mas terá prazer em afastar a inquietação ou o exibicionismo dos que andam à cata de novidade e originalidade. Como observou Morris R. Cohen: “A ideia de que podemos abandonar as opiniões de todos os pensadores que nos precederam não deixa, por certo, qualquer base para a esperança de que nosso trabalho prove ter algum valor para outrem.”
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