A Orquestra Vermelha é a rede de espionagem mais importante e mais eficaz que funcionou quando da última guerra. Implantada no coração do Império Nazista, tecendo sua teia por sobre toda a Europa ocupada, desempenhou papel decisivo na derrota da Alemanha.

Numerosos membros seus foram decapitados, fuzilados ou enforcados, mas sua ação prostrou, para sempre, em terras russas milhares e milhares de soldados alemães — 200.000, conforme o almirante Canaris, chefe da Abwehr.

Criada pelos melhores agentes do melhor serviço secreto do mundo, o serviço soviético, a Orquestra Vermelha, era dirigida por uma homem cujo codinome lhe diz da envergadura: O Grande Chefe. Ainda desconhecido do público, é considerado por todos os especialistas como par dos maiores e talvez o maior de todos.

Quando Hitler soube que transmissores clandestinos trabalhavam em Berlim, Paris, Bruxelas e Amsterdã, sob a direção do Grande Chefe, lançou, ele mesmo, a elite da Gestapo, o Kommando Rote Kapelle, num duelo de morte contra o telegrafista cuja ação abalava as muralhas do Terceiro Reich. O resumo de seu assunto não revela a verdadeira dimensão do livro.

Esta página branca da história última guerra, o autor não a quis pintar com as cores brilhantes da literatura de espionagem, nem ordenar com clichês convencionais clássico documento de história contemporânea.

Durante três anos procurou através da Europa os sobreviventes dessa trama — veteranos da rede e veteranos da Gestapo. Tendo-os achado, esfalfou-se, com paixão, em descobrir não somente o que tinham feito, mas porque o tinham feito, e como finalmente a própria obra deles os tinham derrotado.

Porque eles, uns e outros, moldaram a História, antes de serem, quase todos, de qualquer lado estivessem, esmagados por ela.

Comunistas clandestinos, militantes da Terceira Internacional, resistentes de todas as tendências, profissionais da informação, oficiais da Abwehr ou policiais da Gestapo: Gilles Perrault quis compreender o sentido profundo de seu destino.