Uwa’kürü

Uwa’kürü: Dicionário Analítico começa a ganhar forma com o fascículo ora apresentado é parte de nosso agir no lugar no/do mundo em que vivemos.

O projeto que começa a ganhar forma com o fascículo ora apresentado é parte de nosso agir no lugar no/do mundo em que vivemos. É parte de nossa inserção e ação no mundo.

Parte de nossas distintas maneiras de pensar com o mundo e de nos tornar a-gentes nesse lugar no/do mundo, intervindo, sendo a-gente e não plasmando como coisa narrada, objeto de discurso, higienizável, civilizável, medicável, descartável. Trata-se de um agir como contraponto à lógica do pensamento único e da razão de mercado ou do pensamento de sistema.

Nesse sentido, acompanhamos o poeta, filósofo e ensaísta martinicano Édouard Glissant que nos convida a agir em nosso lugar, pois é aí que o mundo está; convida-nos a pensar com o mundo, pois ele vem de nosso lugar no mundo; convida-nos a compartilhar do pensamento arquipélago e transformar nossos imaginários como atitude coletiva de intercâmbios e solidariedades, em mudanças nas quais “o contrário transforme o contrário”, posto que, em nossos mundos de palavras e mercadorias devemos tomar em nossas mãos a prerrogativa de nomear e re-nomear, “nomear até o fim”, que significa “agir aqui e dizer lá”, nomeando nossos passos em compassos desconhecidos – sem medo ou receios do desconhecido –, esfregando nossas mãos com a “sublime saliva das chuvas do aqui-lá”.

Inspirados no legado desse pensador do “todo-o-mundo” apresentamos este primeiro fascículo de Uwa’kürü: Dicionário Analítico. Uwa’kürü é a grafia atribuída por colonizadores para um dos rios que perfaziam territórios dos Apurinã e outros povos de línguas ágrafas, isto é, trata-se de uma palavra grafada como tentativa de capturar os sons das vozes de mulheres e homens – sujeitos de suas próprias histórias, em seus próprios termos e espaços/tempos. Histórias, palavras e espaços/tempos esses que foram apagados, invisibilizados pela nomeação/invenção de “Amazônia”.

Ao presentificarmos “Uwa’kürü” no título desta publicação, assumimos a perspectiva de re-afirmar uma postura de combate às noções essencialistas presentes em narrativas históricas, culturais e identitárias de localidades, regiões ou nações e privilegiamos uma abordagem que, ao invés da exclusão essencializante, abra espaços para as noções de encontro e relação.

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Parte de nossas distintas maneiras de pensar com o mundo e de nos tornar a-gentes nesse lugar no/do mundo, intervindo, sendo a-gente e não plasmando como coisa narrada, objeto de discurso, higienizável, civilizável, medicável, descartável. Trata-se de um agir como contraponto à lógica do pensamento único e da razão de mercado ou do pensamento de sistema.

Nesse sentido, acompanhamos o poeta, filósofo e ensaísta martinicano Édouard Glissant que nos convida a agir em nosso lugar, pois é aí que o mundo está; convida-nos a pensar com o mundo, pois ele vem de nosso lugar no mundo; convida-nos a compartilhar do pensamento arquipélago e transformar nossos imaginários como atitude coletiva de intercâmbios e solidariedades, em mudanças nas quais “o contrário transforme o contrário”, posto que, em nossos mundos de palavras e mercadorias devemos tomar em nossas mãos a prerrogativa de nomear e re-nomear, “nomear até o fim”, que significa “agir aqui e dizer lá”, nomeando nossos passos em compassos desconhecidos – sem medo ou receios do desconhecido –, esfregando nossas mãos com a “sublime saliva das chuvas do aqui-lá”.

Inspirados no legado desse pensador do “todo-o-mundo” apresentamos este primeiro fascículo de Uwa’kürü: Dicionário Analítico. Uwa’kürü é a grafia atribuída por colonizadores para um dos rios que perfaziam territórios dos Apurinã e outros povos de línguas ágrafas, isto é, trata-se de uma palavra grafada como tentativa de capturar os sons das vozes de mulheres e homens – sujeitos de suas próprias histórias, em seus próprios termos e espaços/tempos. Histórias, palavras e espaços/tempos esses que foram apagados, invisibilizados pela nomeação/invenção de “Amazônia”.

Ao presentificarmos “Uwa’kürü” no título desta publicação, assumimos a perspectiva de re-afirmar uma postura de combate às noções essencialistas presentes em narrativas históricas, culturais e identitárias de localidades, regiões ou nações e privilegiamos uma abordagem que, ao invés da exclusão essencializante, abra espaços para as noções de encontro e relação.

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