
A estomatite protética está presente em até 65% dos usuários de próteses removíveis. Apesar de, no Brasil, 31,81% dos adultos e 82,75% dos idosos serem usuários de próteses totais (Ministério da Saúde, 2004), pouca atenção tem sido dada ao controle dessa patologia.
Considerando-se a alta taxa de mortalidade e morbidade dos pacientes em condição de enfermidade e/ou imunossupressão que apresentam estomatite protética, é importante que o cirurgião-dentista esteja preparado para atendimento do paciente com essa patologia.
Entretanto, a maioria dos profissionais está apenas voltada para o tratamento curativo e prevenção das doenças que acometem os pacientes dentados, especialmente a cárie e a doença periodontal.
Na medida em que, no Brasil, grande parte da população é SUS- dependente, esse manual tem o objetivo de capacitar o cirurgião- dentista generalista para o diagnóstico, prevenção e tratamento da estomatite protética.
Para tanto, priorizamos métodos mais baratos, mas que têm sua eficácia comprovada por meio de estudos científicos. Através desse manual, esperamos contribuir para a redução da prevalência da estomatite protética na população edêntula brasileira.
A maioria dos portadores da estomatite protética não sabe da presença dessa patologia, tendo em vista ser, em muitos casos, assintomática. Esse fator é preocupante, na medida em que a estomatite protética está relacionada com mortalidade em pacientes debilitados (30-40%), além de ser responsável pelo aumento do tempo de permanência hospitalar desses pacientes, especialmente os idosos.
O tratamento da estomatite protética, assim como a prevenção, se dá principalmente, pela eliminação do fator etiológico, que é o biofilme de Candida, através de uma adequada higienização da prótese removível. Em muitos casos, a remoção desse fator etiológico é suficiente para o tratamento da patologia.
Entretanto, para alguns pacientes, outras medidas devem ser adotadas simultaneamente, como: o emprego de agentes antifúngicos e a troca da prótese removível.
