Igarapé-Miri, “A Capital Mundial Do Açaí”

Este trabalho descreve como se estabelecem atualmente, a partir das feiras, as diferentes formas de consumo do açaí, quais as suas importâncias

No universo alimentar caboclo-ribeirinho e citadino amazônico, o açaí figura como um dos principais ícones da alimentação do paraense. Compreende, pois, um produto que transpassa a essência alimentar – a subsistência – de populações que (sobre)vivem na e da Amazônia.

É um gênero alimentício de grande valoração econômica, social e cultural, por contribuir com a renda de muitas famílias e ajudar a compor e perpetuar o valioso conhecimento amazônico, bem como corrobora com a contínua (re)construção de relações sociais, culturais e identitárias.

De aproveitamento integral, o açaí é consumido/utilizado de diversas formas: no caso da massa que encobre o caroço, esta é consumida como suco, sorvete, picolé, doces, sobremesas e, em sua forma mais tradicional, polpa – sozinha ou acompanhada da farinha de mandioca e de outros alimentos; o caroço, por outro lado, é frequentemente utilizado para o plantio de novos açaizais, como adubo natural, no artesanato e até para a purificação de água.

A cultura alimentar paraense e amazônica, tão bem analisada nesta obra a partir do complexo sistema alimentar do consumo do açaí na cidade de Igarapé-Miri, na região do Baixo Tocantins, esteve sempre presente nos estudos desenvolvidos por pesquisadores vinculados aos projetos de pesquisa Mercados populares em Belém: produção de sociabilidades e identidades em espaço urbano (2009-2012) e Mercados interculturais: práticas, linguagens e identidades em contextos amazônicos (2013-2016), ambos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Nos mercados e nas feiras da região aportam diariamente os produtos que fazem parte desse complexo alimentar – o açaí, os peixes e as farinhas – que são cotidianamente adquiridos e consumidos por grande parte da população local, inclusive nesses mercados e feiras.

Enquanto prática produtiva que conecta os espaços e tempos de produção e consumo por meio dos fluxos de circulação do alimento, de sua forma in natura até seu produto final, o consumo do açaí é também, para seus produtores e consumidores, uma prática alimentar intensamente enraizada na cultura local, contribuindo decisivamente na produção e reprodução desse “universo alimentar caboclo-ribeirinho e citadino amazônico”, em suas interações e identificações socioculturais mais amplas.

Este trabalho, produto de extensa e intensa pesquisa realizada no mercado e na feira da cidade de Igarapé-Miri, revela como seus habitantes se percebem a partir de suas relações de produção e consumo desse alimento, indicando que seu crescente valor econômico está vinculado, em grande parte, ao lugar central que ocupa nesse sistema cultural alimentar amazônico.

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No universo alimentar caboclo-ribeirinho e citadino amazônico, o açaí figura como um dos principais ícones da alimentação do paraense. Compreende, pois, um produto que transpassa a essência alimentar – a subsistência – de populações que (sobre)vivem na e da Amazônia.

É um gênero alimentício de grande valoração econômica, social e cultural, por contribuir com a renda de muitas famílias e ajudar a compor e perpetuar o valioso conhecimento amazônico, bem como corrobora com a contínua (re)construção de relações sociais, culturais e identitárias.

De aproveitamento integral, o açaí é consumido/utilizado de diversas formas: no caso da massa que encobre o caroço, esta é consumida como suco, sorvete, picolé, doces, sobremesas e, em sua forma mais tradicional, polpa – sozinha ou acompanhada da farinha de mandioca e de outros alimentos; o caroço, por outro lado, é frequentemente utilizado para o plantio de novos açaizais, como adubo natural, no artesanato e até para a purificação de água.

A cultura alimentar paraense e amazônica, tão bem analisada nesta obra a partir do complexo sistema alimentar do consumo do açaí na cidade de Igarapé-Miri, na região do Baixo Tocantins, esteve sempre presente nos estudos desenvolvidos por pesquisadores vinculados aos projetos de pesquisa Mercados populares em Belém: produção de sociabilidades e identidades em espaço urbano (2009-2012) e Mercados interculturais: práticas, linguagens e identidades em contextos amazônicos (2013-2016), ambos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Nos mercados e nas feiras da região aportam diariamente os produtos que fazem parte desse complexo alimentar – o açaí, os peixes e as farinhas – que são cotidianamente adquiridos e consumidos por grande parte da população local, inclusive nesses mercados e feiras.

Enquanto prática produtiva que conecta os espaços e tempos de produção e consumo por meio dos fluxos de circulação do alimento, de sua forma in natura até seu produto final, o consumo do açaí é também, para seus produtores e consumidores, uma prática alimentar intensamente enraizada na cultura local, contribuindo decisivamente na produção e reprodução desse “universo alimentar caboclo-ribeirinho e citadino amazônico”, em suas interações e identificações socioculturais mais amplas.

Este trabalho, produto de extensa e intensa pesquisa realizada no mercado e na feira da cidade de Igarapé-Miri, revela como seus habitantes se percebem a partir de suas relações de produção e consumo desse alimento, indicando que seu crescente valor econômico está vinculado, em grande parte, ao lugar central que ocupa nesse sistema cultural alimentar amazônico.

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