Saúde Da Família

Saúde Da família identifica práticas de bom governo e caminhos que conduzem a círculos virtuosos em relação à sua implantação.

O livro de Flávio Goulart – Saúde Da Família: Boas Práticas E Círculos Virtuosos – é um precioso estudo sobre, talvez, o mais importante desafio a ser superado para assegurar sustentabilidade ao Sistema Único de Saúde.

Refiro-me à tarefa, ainda não concluída, de organizar uma ampla rede de atenção primária à saúde no Brasil, condição, sine qua non, para assegurar eficácia e eficiência aos sistemas públicos de saúde.

A experiência internacional indica que nenhum país logrou fazer sistemas nacionais de saúde funcionarem sem a criação de uma ampla rede de serviços de atenção primária, capaz de responsabilizar-se e de intervir sobre a maioria dos problemas de saúde.

A organização de rede básica, com cobertura de pelo menos 80% da população de cada país, é um dos elementos estratégicos que assegura mudança de modelo de atenção (redefinição do papel dos hospitais e dos especialistas) e possibilita viabilidade econômica aos projetos de política pública de saúde.

Na Espanha, em Cuba, Nova Zelândia, Grã-Bretanha, entre outros países, inventou-se desenhos organizacionais que buscavam assegurar capacidade clínica e preventiva às equipes da atenção básica. Malgrado nosso, como aponta o autor, somente a partir de 1994 o Brasil desenha uma estratégia nacional com esse objetivo.

O livro é produto de uma extensa investigação sobre a história recente da atenção básica no Brasil. Mais especificamente sobre a adoção da Saúde da Família como estratégia nacional para ampliar cobertura e construir um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde no país.

O autor utilizou uma metodologia híbrida: realizou estudos de caso e, ao mesmo tempo, valeu-se de recursos das ciências sociais para investigar a construção e execução de uma política pública específica.

Esta abordagem foi extremamente feliz porque permitiu ao autor/investigador captar tanto elementos genéricos, quanto características singulares da gestão do projeto de saúde da família.

Além disto, tornou a leitura muito agradável e interessante. Para quem gosta de compreender os grandes lances – o debate cultural e ideológico que antecedeu e acompanhou a implementação do projeto, a constituição de um grupo de executivos da saúde com autoridade formal e real para dirigir o programa, os conflitos entre atores da macro-política – o livro é bastante esclarecedor. Para quem se interessa pelo concreto, pela prática, também há muito que aprender.

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Refiro-me à tarefa, ainda não concluída, de organizar uma ampla rede de atenção primária à saúde no Brasil, condição, sine qua non, para assegurar eficácia e eficiência aos sistemas públicos de saúde.

A experiência internacional indica que nenhum país logrou fazer sistemas nacionais de saúde funcionarem sem a criação de uma ampla rede de serviços de atenção primária, capaz de responsabilizar-se e de intervir sobre a maioria dos problemas de saúde.

A organização de rede básica, com cobertura de pelo menos 80% da população de cada país, é um dos elementos estratégicos que assegura mudança de modelo de atenção (redefinição do papel dos hospitais e dos especialistas) e possibilita viabilidade econômica aos projetos de política pública de saúde.

Na Espanha, em Cuba, Nova Zelândia, Grã-Bretanha, entre outros países, inventou-se desenhos organizacionais que buscavam assegurar capacidade clínica e preventiva às equipes da atenção básica. Malgrado nosso, como aponta o autor, somente a partir de 1994 o Brasil desenha uma estratégia nacional com esse objetivo.

O livro é produto de uma extensa investigação sobre a história recente da atenção básica no Brasil. Mais especificamente sobre a adoção da Saúde da Família como estratégia nacional para ampliar cobertura e construir um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde no país.

O autor utilizou uma metodologia híbrida: realizou estudos de caso e, ao mesmo tempo, valeu-se de recursos das ciências sociais para investigar a construção e execução de uma política pública específica.

Esta abordagem foi extremamente feliz porque permitiu ao autor/investigador captar tanto elementos genéricos, quanto características singulares da gestão do projeto de saúde da família.

Além disto, tornou a leitura muito agradável e interessante. Para quem gosta de compreender os grandes lances – o debate cultural e ideológico que antecedeu e acompanhou a implementação do projeto, a constituição de um grupo de executivos da saúde com autoridade formal e real para dirigir o programa, os conflitos entre atores da macro-política – o livro é bastante esclarecedor. Para quem se interessa pelo concreto, pela prática, também há muito que aprender.

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