
Consagrado poeta brasileiro, vencedor dos mais importantes prêmios literários e candidato ao Nobel de Literatura 2012, Ferreira Gullar, no monólogo em um ato O Homem Como Invenção De Si Mesmo, através de uma linguagem bem-humorada, leve e contemporânea, levanta questionamentos como fé, instituições, sociedade e realidade. Em suas próprias palavras, Gullar diz que “essa teoria consiste em afirmar que a vida é inventada e que nós mesmos nos inventamos.”.
Ferreira Gullar atingiu o estágio reservado aos grandes autores: seus versos são lidos nas escolas, são estudados nas universidades e são admirados por um imenso público, não apenas no Brasil, mas em vários outros países.
Dois de seus livros – A Luta Corporal e Poema Sujo – constam como alguns dos mais importantes entre os trabalhos poéticos publicados nas últimas décadas.
Mas Gullar, como se isso não bastasse, não é somente um poeta: é um intelectual que se envolveu em alguns dos mais importantes movimentos artísticos das últimas cinco décadas.
Está nas discussões iniciais do concretismo, na fundação do neoconcretismo poético e das artes plásticas. Transforma-se num dos mais importantes críticos de artes e incentivador de nomes como Lygia Clark, Helio Oiticica e Amílcar de Castro.
Participa da renovação da imprensa brasileira detonada a partir do suplemento cultural do Jornal do Brasil. E torna-se ainda uma referência na luta contra a ditadura militar instalada em 1964. Por seu engajamento é forçado a um exílio vivido entre Santiago e Buenos Aires.
“O homem é uma invenção do homem. Quando nascemos, não somos ninguém, não temos nome, não sabemos nada. O que a escola nos ensina, o que o bem social nos ensina, o que nossa experiência nos ensina é que faz nos inventarmos como seres humanos.
Antes disso, não somos nada. Não significa, no entanto, que nos inventamos a partir do nada. Inventamo-nos a partir de qualidades que já possuímos. Por exemplo, eu não poderia crescer alpinista, pois não tenho músculo e morro de medo de altura. Em função de alguns elementos, vamos nos inventando.”
