Arte Contemporânea Brasileira

Depois de sete anos de clandestinidade e exílio, em Arte Contemporânea Brasileira, o poeta Ferreira Gullar retoma suas atividades como crítico de arte.
Um dos mais importantes observadores e ensaístas da cena cultural, autor do "Manifesto Neoconcreto" que dá régua e compasso a nomes como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape

, ao retornar ao Brasil, em 1977, Gullar registra em Arte Contemporânea Brasileira textos curtos o que de mais significativo se produzia no período.
É uma época de embates ferozes entre a censura do regime militar, a denúncia da falta de liberdades civis e a necessidade de uma produção aguerrida ao mesmo tempo inovadora e criativa, sem resvalar no panfletário. Anos de vigor e de renovação estética, da construção de uma linguagem sintonizada às tendências mundiais, apresentados por uma escrita informada - característica da intervenção intelectual de Ferreira Gullar.

Minha atividade de crítico de arte sofreu demorada interrupção, de 1970 a 1977, período em que estive na clandestinidade e no exílio.
Naturalmente, durante esse período, nem sempre pude acompanhar a atividade dos artistas plásticos brasileiros; não obstante, mantive vivo meu interesse pelas questões estéticas, não apenas aproveitando meu tempo, quando recluso, para ler e refletir sobre os problemas artísticos, como também para reavaliar minhas opiniões. Sem poder visitar as galerias e os museus, contentava-me com as reportagens e artigos sobre o que ali se expunha.
Depois, já no exterior, tendo de deslocar-me por vários países e fixar-me em alguns deles, pude acompanhar mais de perto a produção artística internacional e conhecer melhor o precioso acervo de seus museus. Nos anos finais do exílio, passados em Buenos Aires, pude acompanhar pela leitura de jornais brasileiros que me chegavam, o que se produzia de arte no Brasil. Isso sem falar no contato direto com as obras eventualmente exibidas nas galerias portenhas.
Ao voltar para o Brasil, fui imediatamente convidado a assinar a seção de crítica de arte da revista Veja e, pouco depois, da revista Isto é. São desse período os textos reunidos em Arte Contemporânea Brasileira.
Se, pela natureza mesma dessas revistas, o espaço de que eu dispunha era pequeno, isso me obrigou, por outro lado, a falar só do essencial das obras expostas, o que emprestou um caráter particular aos textos aqui apresentados. Não se trata, portanto, da análise aprofundada de cada exposição e, sim, do registro daquilo que, a meu ver, de mais significativo era exibido por galerias e museus, naquele período.
Sem maiores pretensões, espero que a leitura de Arte Contemporânea Brasileira contribua para avaliação de um período muito particular da produção artística brasileira, quando a pintura, a escultura e a gravura, ainda se faziam presentes na maioria das galerias e museus do país.

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Depois de sete anos de clandestinidade e exílio, em Arte Contemporânea Brasileira, o poeta Ferreira Gullar retoma suas atividades como crítico de arte.
Um dos mais importantes observadores e ensaístas da cena cultural, autor do “Manifesto Neoconcreto” que dá régua e compasso a nomes como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape, ao retornar ao Brasil, em 1977, Gullar registra em Arte Contemporânea Brasileira textos curtos o que de mais significativo se produzia no período.
É uma época de embates ferozes entre a censura do regime militar, a denúncia da falta de liberdades civis e a necessidade de uma produção aguerrida ao mesmo tempo inovadora e criativa, sem resvalar no panfletário. Anos de vigor e de renovação estética, da construção de uma linguagem sintonizada às tendências mundiais, apresentados por uma escrita informada – característica da intervenção intelectual de Ferreira Gullar.

Minha atividade de crítico de arte sofreu demorada interrupção, de 1970 a 1977, período em que estive na clandestinidade e no exílio.
Naturalmente, durante esse período, nem sempre pude acompanhar a atividade dos artistas plásticos brasileiros; não obstante, mantive vivo meu interesse pelas questões estéticas, não apenas aproveitando meu tempo, quando recluso, para ler e refletir sobre os problemas artísticos, como também para reavaliar minhas opiniões. Sem poder visitar as galerias e os museus, contentava-me com as reportagens e artigos sobre o que ali se expunha.
Depois, já no exterior, tendo de deslocar-me por vários países e fixar-me em alguns deles, pude acompanhar mais de perto a produção artística internacional e conhecer melhor o precioso acervo de seus museus. Nos anos finais do exílio, passados em Buenos Aires, pude acompanhar pela leitura de jornais brasileiros que me chegavam, o que se produzia de arte no Brasil. Isso sem falar no contato direto com as obras eventualmente exibidas nas galerias portenhas.
Ao voltar para o Brasil, fui imediatamente convidado a assinar a seção de crítica de arte da revista Veja e, pouco depois, da revista Isto é. São desse período os textos reunidos em Arte Contemporânea Brasileira.
Se, pela natureza mesma dessas revistas, o espaço de que eu dispunha era pequeno, isso me obrigou, por outro lado, a falar só do essencial das obras expostas, o que emprestou um caráter particular aos textos aqui apresentados. Não se trata, portanto, da análise aprofundada de cada exposição e, sim, do registro daquilo que, a meu ver, de mais significativo era exibido por galerias e museus, naquele período.
Sem maiores pretensões, espero que a leitura de Arte Contemporânea Brasileira contribua para avaliação de um período muito particular da produção artística brasileira, quando a pintura, a escultura e a gravura, ainda se faziam presentes na maioria das galerias e museus do país.

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