Pensamento Afrodiaspórico Em Perspectiva

O livro Pensamento Afrodiaspórico Em Perspectiva permite desestabilizar os cânones reconstruindo a história intelectual e literária sob outras bases.

O livro Pensamento Afrodiaspórico Em Perspectiva permite desestabilizar os cânones reconstruindo a história intelectual e literária sob outras bases.

A colonialidade do saber estruturou a construção dos campos disciplinares nas sociedades marcadas, na primeira e segunda modernidade, pelo domínio econômico, político e cultural dos “centros” sobre as “periferias”.

Este processo, como afirma uma vasta bibliografia, não pode ser entendido meramente sobre um olhar que se restrinja à dados econômicos, mas também está umbilicalmente ligado à forma específica como os sistemas simbólicos e instituições sociais foram moldadas sob a imagem do colonizador. Por isto, não é arbitrário que a História, literatura e as ciências humanas tenham marginalizado por tanto tempo negros e mulheres dos seus respectivos cânones.

Os genocídios/epistemicidios do “longo século XVI” foram fundantes para a criação de um lugar epistêmico que instituiu uma falsa universalidade fundada na autoimagem do europeu, branco, masculino e heterossexual. Através de um engenhoso (e maquiavélico) jogo de “espelhos” a Europa formatou a invenção do “outro” para que através da sua suposta subalternidade fosse instituída uma “geopolítica do conhecimento”, ao qual o polo europeu fosse valorizado como legítimo e racional e os “outros” tidos como hierarquicamente “inferiores”.

A noção de colonialidade do saber constituída por Aníbal Quijano, e a tradição “decolonial”, é fundamental para pensar como o “novo padrão de poder” instituído com a destruição de um “mundo histórico” nas Américas e do “estabelecimento de uma nova ordem”, fundou-se na racialização oriunda de classificações sociais como o “indígena”, “negro” e “mestiço”.

Por isso, concebemos que o estudo do pensamento afrodiaspórico, no campo literário e historiográfico, permite desestabilizar os cânones reconstruindo a história intelectual e a historiografia literária sob outras bases. Os textos deste livro buscam estabelecer, de diversas maneiras e perspectivas, a conexão entre o pensamento afrodiaspórico, em suas diversas nuanças, e este processo complexo de desconstrução-resistências ao “colonial”.

Essa “desconstrução” está fundada no confronto ativo às formas aos quais o campo intelectual instituiu uma “disciplinarização” fundada em uma autoimagem que expressa um lugar epistêmico associado à um restrito “hall” de autores que manifestam através de certos falsos universalismos uma geopolítica do conhecimento e um certo ordenamento da “razão” que é profundamente limitado no que tange a produção crítica e plural do conhecimento.

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O livro Pensamento Afrodiaspórico Em Perspectiva permite desestabilizar os cânones reconstruindo a história intelectual e literária sob outras bases.

A colonialidade do saber estruturou a construção dos campos disciplinares nas sociedades marcadas, na primeira e segunda modernidade, pelo domínio econômico, político e cultural dos “centros” sobre as “periferias”.

Este processo, como afirma uma vasta bibliografia, não pode ser entendido meramente sobre um olhar que se restrinja à dados econômicos, mas também está umbilicalmente ligado à forma específica como os sistemas simbólicos e instituições sociais foram moldadas sob a imagem do colonizador. Por isto, não é arbitrário que a História, literatura e as ciências humanas tenham marginalizado por tanto tempo negros e mulheres dos seus respectivos cânones.

Os genocídios/epistemicidios do “longo século XVI” foram fundantes para a criação de um lugar epistêmico que instituiu uma falsa universalidade fundada na autoimagem do europeu, branco, masculino e heterossexual. Através de um engenhoso (e maquiavélico) jogo de “espelhos” a Europa formatou a invenção do “outro” para que através da sua suposta subalternidade fosse instituída uma “geopolítica do conhecimento”, ao qual o polo europeu fosse valorizado como legítimo e racional e os “outros” tidos como hierarquicamente “inferiores”.

A noção de colonialidade do saber constituída por Aníbal Quijano, e a tradição “decolonial”, é fundamental para pensar como o “novo padrão de poder” instituído com a destruição de um “mundo histórico” nas Américas e do “estabelecimento de uma nova ordem”, fundou-se na racialização oriunda de classificações sociais como o “indígena”, “negro” e “mestiço”.

Por isso, concebemos que o estudo do pensamento afrodiaspórico, no campo literário e historiográfico, permite desestabilizar os cânones reconstruindo a história intelectual e a historiografia literária sob outras bases. Os textos deste livro buscam estabelecer, de diversas maneiras e perspectivas, a conexão entre o pensamento afrodiaspórico, em suas diversas nuanças, e este processo complexo de desconstrução-resistências ao “colonial”.

Essa “desconstrução” está fundada no confronto ativo às formas aos quais o campo intelectual instituiu uma “disciplinarização” fundada em uma autoimagem que expressa um lugar epistêmico associado à um restrito “hall” de autores que manifestam através de certos falsos universalismos uma geopolítica do conhecimento e um certo ordenamento da “razão” que é profundamente limitado no que tange a produção crítica e plural do conhecimento.

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