Teoria Do Brasil

Poucos países juntaram, como o Brasil, tijolos e cimentos tão díspares em seu processo de constituição; poucos também experimentaram vicissitudes que mostram de forma tão clara os caminhos pelos quais uma nação pode constituir-se

não para servir a si mesma, mas para atender a interesses alheios.
Efetivamente, o Brasil não nasceu como etnia e se estruturou como nação em consequência de um desígnio de seus criadores.
Surgiu, ao contrário, como uma espécie de subproduto indesejado de um empreendimento colonial, resultante da Revolução Mercantil, cujo propósito era produzir açúcar, ouro ou café, e, sobretudo, gerar lucros exportáveis.
Desse empreendimento resultou ocasionalmente um povo e, mais tarde, uma nação. Esta emergiu da condição de feitoria colonial à de nação aspirante ao comando de seu destino, por força de um outro processo civilizatório de âmbito mundial – a Revolução Industrial – que a afetou reflexamente.
Essa via de constituição de um povo nada tem de peculiar. Pelo mesmo processo se constituiu a maioria das sociedades nacionais americanas e do mesmo modo se estruturam, hoje, os povos africanos. Seu estudo oferece, por isso, um alto interesse teórico.
Esse interesse é tanto maior, porque as teorias explicativas do progresso e do atraso dos povos modernos no âmbito da civilização industrial se formularam com base, principalmente, no contexto europeu que é precisamente o mais contrastante e o menos representativo.
Neste sentido, o estudo do Brasil – realizado à luz de um esquema conceitual adredemente elaborado através da análise do processo de formação e dos problemas de desenvolvimento dos povos americanos – pode contribuir, provavelmente, para a compreensão de situações semelhantes.
O esquema conceitual com que operamos compreende, substancialmente, quatro abordagens mutuamente complementares, a saber: primeiro, o estudo das configurações histórico-culturais; segundo, a análise das formações socioeconômicas; terceiro, o exame das conjunturas s0ciopolíticas mediante a análise da interação conflitiva de seus componentes; quarto, uma interpretação da função social das ideologias.

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Poucos países juntaram, como o Brasil, tijolos e cimentos tão díspares em seu processo de constituição; poucos também experimentaram vicissitudes que mostram de forma tão clara os caminhos pelos quais uma nação pode constituir-se não para servir a si mesma, mas para atender a interesses alheios.
Efetivamente, o Brasil não nasceu como etnia e se estruturou como nação em consequência de um desígnio de seus criadores.
Surgiu, ao contrário, como uma espécie de subproduto indesejado de um empreendimento colonial, resultante da Revolução Mercantil, cujo propósito era produzir açúcar, ouro ou café, e, sobretudo, gerar lucros exportáveis.
Desse empreendimento resultou ocasionalmente um povo e, mais tarde, uma nação. Esta emergiu da condição de feitoria colonial à de nação aspirante ao comando de seu destino, por força de um outro processo civilizatório de âmbito mundial – a Revolução Industrial – que a afetou reflexamente.
Essa via de constituição de um povo nada tem de peculiar. Pelo mesmo processo se constituiu a maioria das sociedades nacionais americanas e do mesmo modo se estruturam, hoje, os povos africanos. Seu estudo oferece, por isso, um alto interesse teórico.
Esse interesse é tanto maior, porque as teorias explicativas do progresso e do atraso dos povos modernos no âmbito da civilização industrial se formularam com base, principalmente, no contexto europeu que é precisamente o mais contrastante e o menos representativo.
Neste sentido, o estudo do Brasil – realizado à luz de um esquema conceitual adredemente elaborado através da análise do processo de formação e dos problemas de desenvolvimento dos povos americanos – pode contribuir, provavelmente, para a compreensão de situações semelhantes.
O esquema conceitual com que operamos compreende, substancialmente, quatro abordagens mutuamente complementares, a saber: primeiro, o estudo das configurações histórico-culturais; segundo, a análise das formações socioeconômicas; terceiro, o exame das conjunturas s0ciopolíticas mediante a análise da interação conflitiva de seus componentes; quarto, uma interpretação da função social das ideologias.

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