Olhares Em Foco: Fotografia Participativa E Empoderamento Juvenil

Desde sua invenção até à sua alargada acessibilidade, a fotografia foi tratada como uma janela que observa o mundo tal qual ele se apresenta. Após muitos debates acerca da veracidade e representação fidedigna de uma realidade estática, a imagem fotográfica passou a ser compreendida como um novo formato de enquadrar as diversas percepções do mundo real.

Segundo Susan Sontag, essa transição se deu com o consumo estético emergente das sociedades industriais no início do século XX, transformando os seus cidadãos em viciados imagéticos. A acessibilidade dos indivíduos às representações visuais do mundo ampliou as perspetivas que limitam o enquadramento fotográfico.
Na década de 90, Baudrillard afirmou que a “produção de realidade” a partir de narrativas midiáticas visuais criou um mundo de simulações e simulacro, que expandiria as experiências vividas. Uma década depois, Maffesoli referiu que a sociedade da imagem demarcou o fim do individualismo e o nascimento de ambientes tribais, caracterizados pela convergência entre práticas arcaicas e pelo desenvolvimento tecnológico. A imagem na contemporaneidade gera laços sociais e eterniza instantes efêmeros, não sendo o seu conteúdo o formador de uma nova sociedade, mas o elemento que promove uma sociabilidade.
Esta percepção visual da realidade passa pelo exercício autoral de quem produz a imagem, sendo um conjunto de escolhas que refletem o repertório cultural e pessoal de cada indivíduo. Após um longo caminho em que a imagem fotográfica permeou entre a arte e a tecnologia, as críticas conduziram para um entendimento de que o meio se tornaria um objeto que fragmenta uma determinada realidade no espaço e no tempo, imortalizando o momento e ativando memórias. As lembranças de um passado que já se foi poderiam continuar vivas e eternizadas de forma efêmera na representação fotográfica.
Entusiastas da fotografia passaram a compreendê-la não apenas como janela, mas como um espelho que ultrapassa a percepção do objeto que o sujeito retratou ao apertar o disparador, aprofundando o olhar numa subjetividade além do enquadramento e indo de encontro com os interesses e preocupações do seu produtor. Todo o processo que vai desde o ato de escolha do que será captado até as formas de disseminação imagética são processadas neste livro a partir da possibilidade de compreensão da imagem fotográfica enquanto ferramenta metodológica e estratégia participativa para a reflexão individual e coletiva.

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Desde sua invenção até à sua alargada acessibilidade, a fotografia foi tratada como uma janela que observa o mundo tal qual ele se apresenta. Após muitos debates acerca da veracidade e representação fidedigna de uma realidade estática, a imagem fotográfica passou a ser compreendida como um novo formato de enquadrar as diversas percepções do mundo real. Segundo Susan Sontag, essa transição se deu com o consumo estético emergente das sociedades industriais no início do século XX, transformando os seus cidadãos em viciados imagéticos. A acessibilidade dos indivíduos às representações visuais do mundo ampliou as perspetivas que limitam o enquadramento fotográfico.
Na década de 90, Baudrillard afirmou que a “produção de realidade” a partir de narrativas midiáticas visuais criou um mundo de simulações e simulacro, que expandiria as experiências vividas. Uma década depois, Maffesoli referiu que a sociedade da imagem demarcou o fim do individualismo e o nascimento de ambientes tribais, caracterizados pela convergência entre práticas arcaicas e pelo desenvolvimento tecnológico. A imagem na contemporaneidade gera laços sociais e eterniza instantes efêmeros, não sendo o seu conteúdo o formador de uma nova sociedade, mas o elemento que promove uma sociabilidade.
Esta percepção visual da realidade passa pelo exercício autoral de quem produz a imagem, sendo um conjunto de escolhas que refletem o repertório cultural e pessoal de cada indivíduo. Após um longo caminho em que a imagem fotográfica permeou entre a arte e a tecnologia, as críticas conduziram para um entendimento de que o meio se tornaria um objeto que fragmenta uma determinada realidade no espaço e no tempo, imortalizando o momento e ativando memórias. As lembranças de um passado que já se foi poderiam continuar vivas e eternizadas de forma efêmera na representação fotográfica.
Entusiastas da fotografia passaram a compreendê-la não apenas como janela, mas como um espelho que ultrapassa a percepção do objeto que o sujeito retratou ao apertar o disparador, aprofundando o olhar numa subjetividade além do enquadramento e indo de encontro com os interesses e preocupações do seu produtor. Todo o processo que vai desde o ato de escolha do que será captado até as formas de disseminação imagética são processadas neste livro a partir da possibilidade de compreensão da imagem fotográfica enquanto ferramenta metodológica e estratégia participativa para a reflexão individual e coletiva.

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