Para iniciar nossa conversa, é importante analisarmos o atual mundo em que vivemos, onde o sistema econômico capitalista orienta e gera riquezas acumulativas, originando uma desenfreada desigualdade social e, consequentemente, o desemprego.
A partir desta dura realidade, o povo se organiza coletivamente para garantir uma vida mais digna e humanizada. No Brasil, essa organização social tem se fortalecido e é fundamental para a redução das desigualdades sociais e para a construção de outros sistemas econômicos.
Ao se tratar de sistemas econômicos, vem a palavra ECONOMIA, e logo nos lembramos de dinheiro, comércio e consumo. Mas vale a pena resgatar a origem dessa palavra: é um termo de origem grega, formado pelas palavras oikos (casa) e nomos (costume ou lei).
A partir disso, surge seu verdadeiro significado, que é o de regras para o cuidado com a casa, com o ambiente onde vivemos.
Cuidar significa atender as necessidades da casa e das pessoas que habitam esse ambiente. Entendendo melhor: economia nada mais é do que o conjunto de atividades ou formas sociais de solução da relação entre as necessidades das pessoas e os recursos disponíveis para atendê-las.
O atendimento das necessidades deve ser pensado de forma coletiva, por isso é preciso refletir sobre outro tipo de desenvolvimento, é preciso pensar em boas práticas.
A prática de outro tipo de desenvolvimento, comprometido com o ser humano e com o planeta, é vivenciada por muitos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. É a essa prática que denominamos de Economia Solidária.
Ela é encontrada em diversas iniciativas econômicas solidárias embasadas na cooperação, na autogestão, na solidariedade e na ação econômica, tais como: agricultura familiar e camponesa, hortas urbanas, cooperativas de diferentes tipos de trabalho autogestionário, empreendimentos econômicos solidários, centrais de comercialização, associações, entidades de assessoria, rede de gestores, bancos comunitários, grupos de trocas solidárias, grupos de consumo e fundos rotativos solidários.