Mundos Do Trabalho

O campo de estudos dos mundos do trabalho no Brasil vem passando por uma profunda renovação nas últimas décadas.
Essa renovação pode ser observada em pelo menos quatro aspectos: do ponto de vista geográfico, se ampliaram as análises das peculiaridades regionais

, rompendo-se definitivamente com os modelos analíticos totalizantes; do ponto de vista cronológico, aumentaram os estudos com base tanto em temporalidades mais recuadas, que contemplam o trabalho escravizado e o pós-abolição, quanto aqueles que têm nas demandas do presente o seu foco de interesse, acabando com o predomínio, outrora inconteste, dos trabalhos restritos à Primeira República e que chegavam, quando muito, aos anos 1930.
Outra importante modificação tem sido observada na inovação das temáticas e na diversidade dos problemas de pesquisa formulados, o que por sua vez enseja novas abordagens empíricas e metodológicas. Os estudos que até os anos 1980 privilegiavam as relações no interior dos espaços produtivos urbanos, fábricas e oficinas, e centravam-se na análise do movimento operário e sindical organizados e em suas lideranças, passaram a abranger cada vez mais os mundos do trabalho nos mais diversos âmbitos, locais, interações e vivências.
Tal ampliação temática, empírica e metodológica liga-se ao quarto fator que aqui pretendo destacar, a ampliação e a sofisticação das reflexões multi ou transdisciplinares, que vêm possibilitando o aprofundamento e o alargamento das análises relacionadas ao trabalho e às trabalhadoras e trabalhadores em suas variadas interfaces.
O entrecruzamento de olhares de áreas como história, antropologia, sociologia, ciência política, educação e economia tem proporcionado importantes renovações teórico-analíticas e ampliado o escopo e a abrangência das investigações, demonstrando a vitalidade e a importância desse campo de estudos.
Essa coletânea, organizada por Clarice Speranza e Alisson Droppa, é um exemplo das inovações acima mencionadas. Os estudos aqui reunidos – apresentados originalmente no Simpósio Temático “Mundos do trabalho: trabalhadores(as), relações e formas de trabalho”, realizado no âmbito do III Encontro Internacional Fronteiras e Identidades, promovido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em outubro de 2016 – abrangem variada gama temática, geográfica, temporal e entrelaçamentos de diferentes áreas disciplinares.

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Outra importante modificação tem sido observada na inovação das temáticas e na diversidade dos problemas de pesquisa formulados, o que por sua vez enseja novas abordagens empíricas e metodológicas. Os estudos que até os anos 1980 privilegiavam as relações no interior dos espaços produtivos urbanos, fábricas e oficinas, e centravam-se na análise do movimento operário e sindical organizados e em suas lideranças, passaram a abranger cada vez mais os mundos do trabalho nos mais diversos âmbitos, locais, interações e vivências.
Tal ampliação temática, empírica e metodológica liga-se ao quarto fator que aqui pretendo destacar, a ampliação e a sofisticação das reflexões multi ou transdisciplinares, que vêm possibilitando o aprofundamento e o alargamento das análises relacionadas ao trabalho e às trabalhadoras e trabalhadores em suas variadas interfaces.
O entrecruzamento de olhares de áreas como história, antropologia, sociologia, ciência política, educação e economia tem proporcionado importantes renovações teórico-analíticas e ampliado o escopo e a abrangência das investigações, demonstrando a vitalidade e a importância desse campo de estudos.
Essa coletânea, organizada por Clarice Speranza e Alisson Droppa, é um exemplo das inovações acima mencionadas. Os estudos aqui reunidos – apresentados originalmente no Simpósio Temático “Mundos do trabalho: trabalhadores(as), relações e formas de trabalho”, realizado no âmbito do III Encontro Internacional Fronteiras e Identidades, promovido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em outubro de 2016 – abrangem variada gama temática, geográfica, temporal e entrelaçamentos de diferentes áreas disciplinares.

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