Candomblé E Direito

Candomblé E Direito, de Clara Adad, é um relampejar clareador em uma atmosfera sombria, pobre em discernimento e míope na representação da Justiça.

Tradição, histórias, conflitos, resistência, Direito, Candomblé. Estas palavras atravessam a pesquisa apaixonada que se verte em livro nas palavras de Clara Jane Costa Adad.

A investigação foi realizada quando haviam raríssimos estudos sobre relações possíveis entre os candomblés e o direito, o que alinha este livro à geração pioneira destas reflexões.

O texto é a marca de uma responsabilidade por uma dupla pertença: ao mundo do direito ocidental, muitas vezes hostil às experiências afro-brasileiras e ao mundo do terreiro, um dos principais mantenedores dos valores herdados por nossas ancestrais africanas, em nosso país.

Candomblé E Direito é uma peça importante para a compreensão e o enfrentamento daquilo que venho chamando de racismo religioso.

Não apenas por fazer entrever os modos como a experiência dos terreiros é atravessada pelo preconceito racial – seja por meio de ataques e pela resistência -, seja porque permite entrever que, independente da cor das pessoas que frequentem os terreiros, elas podem ser “lidas” pelo Direito do mesmo modo que costumeiramente se tem notado que a experiência das pessoas negras tem sido: por meio do arremesso na zona do não ser.

Candomblé E Direito é um trabalho que expressa um pensamento engajado. E é um desses bonitos exercícios que nos mostram como um posicionamento de ativista de pensar não apenas cumpre todas as exigências do rigor acadêmico, como traz uma criatividade que é típica dessa vontade de mudança que o pensamento engajado traz consigo.

Com Candomblé E Direito, temos mais um bonito exemplo de que ensinar e aprender é um gesto importante de resistência, quando as forças políticas e históricas buscam anular as possibilidades de diálogo ao desconsiderar os saberes dos povos de terreiro como dignos de serem parte de uma interação.

Entendemos o diálogo como estratégia de fortalecimento tanto da resistência dos povos de terreiro na busca de seus direitos, quanto da própria abordagem crítica do Direito que se alimenta no combate das desigualdades.

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A investigação foi realizada quando haviam raríssimos estudos sobre relações possíveis entre os candomblés e o direito, o que alinha este livro à geração pioneira destas reflexões.

O texto é a marca de uma responsabilidade por uma dupla pertença: ao mundo do direito ocidental, muitas vezes hostil às experiências afro-brasileiras e ao mundo do terreiro, um dos principais mantenedores dos valores herdados por nossas ancestrais africanas, em nosso país.

Candomblé E Direito é uma peça importante para a compreensão e o enfrentamento daquilo que venho chamando de racismo religioso.

Não apenas por fazer entrever os modos como a experiência dos terreiros é atravessada pelo preconceito racial – seja por meio de ataques e pela resistência -, seja porque permite entrever que, independente da cor das pessoas que frequentem os terreiros, elas podem ser “lidas” pelo Direito do mesmo modo que costumeiramente se tem notado que a experiência das pessoas negras tem sido: por meio do arremesso na zona do não ser.

Candomblé E Direito é um trabalho que expressa um pensamento engajado. E é um desses bonitos exercícios que nos mostram como um posicionamento de ativista de pensar não apenas cumpre todas as exigências do rigor acadêmico, como traz uma criatividade que é típica dessa vontade de mudança que o pensamento engajado traz consigo.

Com Candomblé E Direito, temos mais um bonito exemplo de que ensinar e aprender é um gesto importante de resistência, quando as forças políticas e históricas buscam anular as possibilidades de diálogo ao desconsiderar os saberes dos povos de terreiro como dignos de serem parte de uma interação.

Entendemos o diálogo como estratégia de fortalecimento tanto da resistência dos povos de terreiro na busca de seus direitos, quanto da própria abordagem crítica do Direito que se alimenta no combate das desigualdades.

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