O Brasil Que Lê

O Brasil Que Lê busca contribuir para a formulação de políticas públicas que permitam o fortalecimento de bibliotecas comunitárias.

O propósito de democratizar a leitura e a escrita passa, de maneira muito importante, pelas bibliotecas comunitárias, pois nelas está a semente da apropriação social dessas ferramentas do pensamento e da ação.

Atrevo-me a afirmar que não existe instituição mais adequada para uma apropriação real da cultura escrita por parte das populações tradicionalmente excluídas, não só desta cultura, senão da maioria dos bens materiais e culturais a que poucos têm acesso.

A exclusão começa por gerar nas populações excluídas a ideia de que alguns bens culturais não lhes pertencem, que não são necessários para elas, que são supérfluos e que somente poucos têm direito a eles.

O que termina por gerar um convencimento de que ler e escrever não faz sentido para elas e, portanto, não são objetos de interesse, de desejo.

Quando a iniciativa parte das próprias comunidades é porque elas rompem com estes pressupostos, porque pressentem que foram excluídas de algo importante e que devem buscar formas de entrar por essa porta que lhes foi fechada, de abrir uma brecha, como diz Graciela Montes, e criar, eles mesmos, a oportunidade de que fala a escritora argentina, pois, como ela defende, a distribuição das oportunidades reflete o poder e interesses a ele associados.

São, portanto, estas bibliotecas as oportunidades criadas pelas próprias comunidades, que podem constituir-se em novas, múltiplas e talvez únicas oportunidades para muitos: crianças, jovens e adultos que até então não haviam imaginado que a leitura e a escrita lhes pudessem permitir compreender, entender, pensar, atuar, imaginar mundos possíveis e criar novas formas de habitá-los.

E, posto que se trata de bibliotecas comunitárias, quero delinear um pouco o termo comunidade, a partir de Constantino Bértolo, como aquela que tem a “capacidade de definir por ela mesma o bem comum, como comunidade democrática” e que trabalha cotidianamente em sua construção.

Poder-se-ia acrescentar que a ausência do Estado no fornecimento de livros e condições para a apropriação da cultura escrita não foi motivo para que as comunidades abandonassem o interesse pelo livro e pela leitura como elementos para o seu crescimento pessoal e social.

Esta pesquisa supera os limites de pesquisas anteriores no campo, pelo menos as que eu conheço, tanto no Brasil como em outros países da América Latina, que têm estudado aspectos pontuais como o impacto das bibliotecas comunitárias no rendimento escolar ou têm dado conta de alguns aspectos quantitativos.

https://iieb.org.br/wp-content/uploads/2019/02/Livro_SFX_WEB_reduzido.pdf

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A exclusão começa por gerar nas populações excluídas a ideia de que alguns bens culturais não lhes pertencem, que não são necessários para elas, que são supérfluos e que somente poucos têm direito a eles.

O que termina por gerar um convencimento de que ler e escrever não faz sentido para elas e, portanto, não são objetos de interesse, de desejo.

Quando a iniciativa parte das próprias comunidades é porque elas rompem com estes pressupostos, porque pressentem que foram excluídas de algo importante e que devem buscar formas de entrar por essa porta que lhes foi fechada, de abrir uma brecha, como diz Graciela Montes, e criar, eles mesmos, a oportunidade de que fala a escritora argentina, pois, como ela defende, a distribuição das oportunidades reflete o poder e interesses a ele associados.

São, portanto, estas bibliotecas as oportunidades criadas pelas próprias comunidades, que podem constituir-se em novas, múltiplas e talvez únicas oportunidades para muitos: crianças, jovens e adultos que até então não haviam imaginado que a leitura e a escrita lhes pudessem permitir compreender, entender, pensar, atuar, imaginar mundos possíveis e criar novas formas de habitá-los.

E, posto que se trata de bibliotecas comunitárias, quero delinear um pouco o termo comunidade, a partir de Constantino Bértolo, como aquela que tem a “capacidade de definir por ela mesma o bem comum, como comunidade democrática” e que trabalha cotidianamente em sua construção.

Poder-se-ia acrescentar que a ausência do Estado no fornecimento de livros e condições para a apropriação da cultura escrita não foi motivo para que as comunidades abandonassem o interesse pelo livro e pela leitura como elementos para o seu crescimento pessoal e social.

Esta pesquisa supera os limites de pesquisas anteriores no campo, pelo menos as que eu conheço, tanto no Brasil como em outros países da América Latina, que têm estudado aspectos pontuais como o impacto das bibliotecas comunitárias no rendimento escolar ou têm dado conta de alguns aspectos quantitativos.

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