
A coletânea, Gênero E Ciências: Mulheres Em Novos Campos, que aqui apresentamos, resulta de um esforço conjunto de estudantes, professoras e pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGICH/UFSC), e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo, da Universidade Federal da Bahia (PPGNEIM/UFBA), realizado por intermédio do Programa de Cooperação Acadêmica (PROCAD) 2007 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação.
Coordenado pelas professoras doutoras Miriam Pillar Grossi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Cecilia Maria Bacellar Sardenberg, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o projeto que nos reuniu foi iniciado em fins de 2008, estendendo-se até o segundo semestre de 2013, período este em que um intenso intercâmbio teve lugar entre os referidos programas.
Gênero E Ciências foi uma das três temáticas em foco nesse intercâmbio (as demais foram Gênero e Violência e Gênero e Feminismos), gerando participações de lá e cá em bancas de avaliação, vários minicursos, seminários, jornadas e, com isso, reflexões conjuntas, multidisciplinares, voltadas para a crítica feminista às ciências.
Essas atividades e seus desdobramentos vêm ganhando importância para além do âmbito do projeto e dos programas mais diretamente envolvidos, vez que, apesar da institucionalização dos estudos feministas no Brasil já atravessar mais de três décadas, os estudos sobre gênero e ciências no país ainda são bastante incipientes.
Sabe-se que desde a retomada do feminismo em meados dos anos 1960, as Ciências têm sido alvo da crítica feminista, revelando-se, por seu intermédio, o viés androcêntrico subjacente às diferentes áreas do conhecimento.
Essa crítica feminista tem se voltado tanto para a constituição e estrutura das Ciências, quanto para o conhecimento produzido e as epistemologias tradicionais que lhes dão sustentação, apontando para as diferentes instâncias e maneiras em que gênero tem se constituído como fator operante na construção do saber.
