Saudades D’Além-Mar

Saudades D’Além-Mar faz um fascinante mergulho na vida cultural dos imigrantes portugueses no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro.

A autora, Carla Mary S. Oliveira, também conhecida por seus estudos sobre o Barroco na Paraíba, apresenta ao leitor sua pesquisa de doutorado - Saudades D’Além-Mar - com um fascinante mergulho na vida cultural dos imigrantes portugueses no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro.

Apesar de a autora tentar convencer o leitor de que seu trabalho é uma importante contribuição para os estudos sociológicos acerca da colônia portuguesa nas primeiras décadas do século passado, podemos dizer que se trata de trabalho na esfera da História Cultural, sem que isso cause nenhum prejuízo as qualidades do texto ou mesmo desconcerte algum leitor desavisado.

A escolha de Bourdieu como referência e base teórica da pesquisa, a escolha e tratamento do corpus documental - a revista Lusitania, publicada entre os anos de 1929-1934 - e as discussões travadas ao longo do texto circulam muito bem entre o campo da História Cultural e os estudos de inspiração sociológica. Lembrando que Peter Burke, em O Que É História Cultural, se refere a Pierre Bourdieu como “um dos principais iniciadores da mudança de abordagem (que a Historia Cultural vai sofrer nos anos de 1970 e 1980) - embora raramente use o termo "performance", -, introduziu seu conceito de 'habitus' (o princípio de improvisação regulada) contra a noção estruturalista de cultura como sistema de regras, ideia que ele considerava rígida demais”.

O cuidado no trato documental envolvendo imagens e documentos escritos podem auxiliar aqueles que estejam adentrando ao mundo da pesquisa historiográfica e pesquisadores mais experientes que pretendam trabalhar com periódicos com um determinado recorte temporal.

As interfaces que a autora estabelece entre imprensa e imigração na chamada República Velha nos permitem deliciosos passeios levados pelas mãos da população de imigrantes de classe média e sua vida cultural cidade do Rio de Janeiro. Aqui começamos a apreender a tese da autora - a de que a circulação da revista Lusitania foi a garantia de um espaço de socialização para aqueles que vinham desafiar as terras do outro lado do Atlântico em busca de dias melhores na capital do Brasil, onde os portugueses um dia reinaram.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Saudades D’Além-Mar

Saudades D’Além-Mar faz um fascinante mergulho na vida cultural dos imigrantes portugueses no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro.

A autora, Carla Mary S. Oliveira, também conhecida por seus estudos sobre o Barroco na Paraíba, apresenta ao leitor sua pesquisa de doutorado – Saudades D’Além-Mar – com um fascinante mergulho na vida cultural dos imigrantes portugueses no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro.

Apesar de a autora tentar convencer o leitor de que seu trabalho é uma importante contribuição para os estudos sociológicos acerca da colônia portuguesa nas primeiras décadas do século passado, podemos dizer que se trata de trabalho na esfera da História Cultural, sem que isso cause nenhum prejuízo as qualidades do texto ou mesmo desconcerte algum leitor desavisado.

A escolha de Bourdieu como referência e base teórica da pesquisa, a escolha e tratamento do corpus documental – a revista Lusitania, publicada entre os anos de 1929-1934 – e as discussões travadas ao longo do texto circulam muito bem entre o campo da História Cultural e os estudos de inspiração sociológica. Lembrando que Peter Burke, em O Que É História Cultural, se refere a Pierre Bourdieu como “um dos principais iniciadores da mudança de abordagem (que a Historia Cultural vai sofrer nos anos de 1970 e 1980) – embora raramente use o termo “performance”, -, introduziu seu conceito de ‘habitus’ (o princípio de improvisação regulada) contra a noção estruturalista de cultura como sistema de regras, ideia que ele considerava rígida demais”.

O cuidado no trato documental envolvendo imagens e documentos escritos podem auxiliar aqueles que estejam adentrando ao mundo da pesquisa historiográfica e pesquisadores mais experientes que pretendam trabalhar com periódicos com um determinado recorte temporal.

As interfaces que a autora estabelece entre imprensa e imigração na chamada República Velha nos permitem deliciosos passeios levados pelas mãos da população de imigrantes de classe média e sua vida cultural cidade do Rio de Janeiro. Aqui começamos a apreender a tese da autora – a de que a circulação da revista Lusitania foi a garantia de um espaço de socialização para aqueles que vinham desafiar as terras do outro lado do Atlântico em busca de dias melhores na capital do Brasil, onde os portugueses um dia reinaram.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog