
Nos difíceis e perigosos tempos que vivemos, em meio a ataques aos direitos, reformas neoliberais e uma pandemia viral cujas principais vítimas são os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, a historiografia do trabalho se renova e se pauta por compreender a classe em sua diversidade.
Com isso, tenta afastar a visão de um proletariado essencialmente urbano, branco e masculino, e incorpora a perspectiva de um operariado também formado (por vezes majoritariamente) por mulheres, crianças, negros, indígenas, migrantes. Num país continental como o Brasil, esta diversidade é essência para compreender a pluralidade geográfica em suas múltiplas raças, etnias, gêneros e crenças.
De certa forma, tais caminhos recentes ecoam (mas também superam, como deve ser) a reflexão datada dos anos 1990 de Silvia Petersen, que apontava a necessidade de se ampliar as então chamadas “perspectivas regionais” da história do trabalho, deixando de lado a centralidade do Sudeste como paradigma.
Trabalhadores (as) Do Sul Do Brasil E Suas Lutas Na Justiça é parte dessa história, retrato do caminho trilhado por jovens e talentosos historiadores fazendo pesquisa em anos caóticos e num país em ebulição. Eles se inserem no esforço de mostrar a diversidade das identidades e das experiências do trabalho no Brasil.
O grupo traz novas abordagens, metodologias e fontes para enriquecer o panorama da pesquisa acerca da classe trabalhadora no país, com ênfase na Justiça, tanto como fonte como objeto. Trabalhadores (as) Do Sul Do Brasil E Suas Lutas Na Justiça é um retrato da atual renovação do campo, iluminando sujeitos e discussões relevantes e colocando em perspectiva a produção recente. Com coragem de enfrentar a tempestade.
