Direitos Dos Povos De Terreiro

Esta obra reúne trabalhos que, a partir de diferentes perspectivas criticas, abordam a relação entre o(s) direito(s) e os povos de terreiro.

No princípio era o verbo e o verbo fez-se Exu, a carne de toda a comunicação, Hermes iorubá, ponte e contraponto da diáspora negra. Ele preside também à hermenêutica jurídica, que tem nos sentidos (em sua dupla acepção) sua matéria-prima.

A despeito de suas investidas, o diálogo entre as instituições do estado e as tradições afro-brasileiras foi historicamente marcado por silenciamentos e malentendidos.

Na encruzilhada contemporânea da democracia, uma sociedade multicultural acha-se na iminência de reelaborar os termos dessa relação, a passos largos para o reconhecimento da diferença, sem que isso implique em desigualdade.

O direito achado na encruza, lócus aberto para onde confluem muitas gramáticas simultâneas, reivindica essa possibilidade de conjugar a(s) justiça(s) no plural.

É a esse encontro que Direitos Dos Povos De Terreiro se propõe e para ele também convida o(a) leitor(a). Na amplitude de perspectivas que o constituem, os trabalhos desta coletânea apresentam-se como um esforço de compreensão recíproca e, sobretudo, de autocrítica do mundo jurídico e de seus a(u)tores que, não raro, ignoram ou negam aos povos de terreiro os mais fundamentais direitos, inclusive o direito de dizer no que, para eles, o direito consiste.

A diversidade que caracteriza essas comunidades também não passa despercebida. Ela se manifesta na variedade de (auto)denominações: povo-de-santo, povos tradicionais de matriz africana, religiões afro-brasileiras, entre tantas outras, abarcando um vasto repertório de experiências e modos de vida enraizados por todo o Atlântico Negro.

Essa oferenda a muitas mãos (e aos pés dos deuses, lèsé òrìsà) – sempre em feitura, sempre em amadurecimento – que agora às mãos do(a) leitor(a) chega, sequer em uma versão reducionista dessa riqueza, nem em uma catalogação de toda ela, tão exaustivas quanto inócuas.

Ao contrário, trata-se exatamente de superar a monocultura do saber, semeando uma ecologia de racionalidades e de identidades, no intuito último de reafirmar aos povos de terreiro aquilo que sempre lhes pertenceu por direito: o direito à sua autodeterminação.

É assim que as páginas seguintes falam da redescoberta da liberdade religiosa num contexto de acirramento dos discursos de ódio; falam da regularização dos territórios destes povos; falam da sua resistência político-jurídica na diáspora afro-americana; falam do papel do Estado e da universidade na promoção de seus direitos.

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Esta obra reúne trabalhos que, a partir de diferentes perspectivas criticas, abordam a relação entre o(s) direito(s) e os povos de terreiro.

No princípio era o verbo e o verbo fez-se Exu, a carne de toda a comunicação, Hermes iorubá, ponte e contraponto da diáspora negra. Ele preside também à hermenêutica jurídica, que tem nos sentidos (em sua dupla acepção) sua matéria-prima.

A despeito de suas investidas, o diálogo entre as instituições do estado e as tradições afro-brasileiras foi historicamente marcado por silenciamentos e malentendidos.

Na encruzilhada contemporânea da democracia, uma sociedade multicultural acha-se na iminência de reelaborar os termos dessa relação, a passos largos para o reconhecimento da diferença, sem que isso implique em desigualdade.

O direito achado na encruza, lócus aberto para onde confluem muitas gramáticas simultâneas, reivindica essa possibilidade de conjugar a(s) justiça(s) no plural.

É a esse encontro que Direitos Dos Povos De Terreiro se propõe e para ele também convida o(a) leitor(a). Na amplitude de perspectivas que o constituem, os trabalhos desta coletânea apresentam-se como um esforço de compreensão recíproca e, sobretudo, de autocrítica do mundo jurídico e de seus a(u)tores que, não raro, ignoram ou negam aos povos de terreiro os mais fundamentais direitos, inclusive o direito de dizer no que, para eles, o direito consiste.

A diversidade que caracteriza essas comunidades também não passa despercebida. Ela se manifesta na variedade de (auto)denominações: povo-de-santo, povos tradicionais de matriz africana, religiões afro-brasileiras, entre tantas outras, abarcando um vasto repertório de experiências e modos de vida enraizados por todo o Atlântico Negro.

Essa oferenda a muitas mãos (e aos pés dos deuses, lèsé òrìsà) – sempre em feitura, sempre em amadurecimento – que agora às mãos do(a) leitor(a) chega, sequer em uma versão reducionista dessa riqueza, nem em uma catalogação de toda ela, tão exaustivas quanto inócuas.

Ao contrário, trata-se exatamente de superar a monocultura do saber, semeando uma ecologia de racionalidades e de identidades, no intuito último de reafirmar aos povos de terreiro aquilo que sempre lhes pertenceu por direito: o direito à sua autodeterminação.

É assim que as páginas seguintes falam da redescoberta da liberdade religiosa num contexto de acirramento dos discursos de ódio; falam da regularização dos territórios destes povos; falam da sua resistência político-jurídica na diáspora afro-americana; falam do papel do Estado e da universidade na promoção de seus direitos.

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