
Pensar o jornalismo é atividade permanente dos grupos de pesquisa Estudos em Jornalismo (CNPq/Unisinos) e Resto – Laboratório de Práticas Jornalísticas (CNPq/UFSM); o primeiro, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos; o segundo, à graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria, Campus Frederico Westphalen.
O presente livro reúne pesquisas gestadas nesses espaços, por docentes e discentes da graduação e da pós-graduação. O ponto aglutinador é o cotejamento do conceito de “livro de repórter”, derivado da pesquisa O Controle Discursivo Que Toma Forma E Circula Nas Práticas Jornalísticas, coordenada pela professora Beatriz Marocco, da Unisinos, e iniciada em 2009, com recursos oriundos de um edital universal do CNPq.
Dez anos depois, apresentamos aqui desdobramentos em vários projetos de pesquisa que desenharam um campo de estudos, a crítica das práticas jornalísticas e, em seu interior, outra forma de fazer, que rompe com o que o filósofo italiano contemporâneo Gianni Vattimo considera “jornalismo de dominação”.
Partindo dos conceitos foucaultianos de crítica e de comentário, inicialmente, entende-se o livro de repórter como locus para uma exegese do saber jornalístico.
É justamente sobre o conceito de livro de repórter e sobre o arcabouço teórico que o circunda e/ou que dele deriva que se detém a primeira parte do livro.
A trajetória em que buscamos compreender primeiramente os controles discursivos e o saber que circula ininterruptamente nas práticas jornalísticas está exposta nessa primeira parte.
Ao explicitar essa tensão, existente nos espaços e no tempo da produção jornalística, salientamos um nicho singular: o livro de repórter, que ganhou um nome e consistência conceitual aos poucos.
Na contramão do modo de objetivação jornalística, é uma figura de resistência, em que são alojados alguns repórteres, inscrita no fenômeno contemporâneo dos livros escritos por jornalistas.
