Traços Da Política: A Imprensa Ilustrada Em Pelotas No Século XIX

A cidade de Pelotas, localizada no extremo sul do Brasil, se destacou no século XIX pelo seu desenvolvimento econômico, proporcionado pelo sistema escravista implantado nas charqueadas. Nos anos 1830, o charque se tornou o principal item de exportação da Província do Rio Grande do Sul, tendo Pelotas como o maior pólo produtor.

Dessa forma, a pujança econômica possibilitou também um amplo desenvolvimento cultural e urbanístico, o que favoreceu as sociabilidades e as atividades de lazer, fazendo com que a vida social se intensificasse, sobretudo a partir da segunda metade daquele século. Ao longo do século XIX, a provinciana Pelotas foi conquistando um status de “cidade grande”.
Conde D’Eu, quando a visitou em 1865, deixou registradas em suas memórias as vantagens de Pelotas em relação a Porto Alegre, lamentando não ser ela a capital da Província.
A prosperidade da imprensa em Pelotas deve ser incluída como uma das atividades culturais oriundas desse desenvolvimento. O aumento da população urbana dotou a cidade de um público leitor, para o qual o livro e o jornal eram os principais atrativos. O jornalismo obteve um desenvolvimento significativo, contabilizando, ao encerrar do século XIX, 116 jornais, tendo alguns vida efêmera, outros apenas edição especial, contudo, vários com circulação regular quinzenal, semanal ou diária por muitos anos.
O ápice ocorreu nos anos 1880, com a circulação de sete jornais diários: Correio Mercantil (1875-1932), A Nação (1882-1886), Rio Grandense (1885-1888), A Pátria (1887-1891), A Discussão (1881-1887), Onze de Junho (1881-1889) e Diário de Pelotas (1876-1889). Concomitante a eles, circularam três periódicos que se apresentavam como humorísticos e ilustrados: Cabrion, publicado entre os anos de 1879 e 1881; Zé Povinho que circulou nos primeiros seis meses de 1883 e A Ventarola fundada em 1887 e mantida até 18894. Estes, da mesma forma que os jornais diários, desempenhavam um papel importante na sociedade pelotense como veículos de comunicação, embora as notícias fossem dadas de uma forma peculiar.

 

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Conde D’Eu, quando a visitou em 1865, deixou registradas em suas memórias as vantagens de Pelotas em relação a Porto Alegre, lamentando não ser ela a capital da Província.
A prosperidade da imprensa em Pelotas deve ser incluída como uma das atividades culturais oriundas desse desenvolvimento. O aumento da população urbana dotou a cidade de um público leitor, para o qual o livro e o jornal eram os principais atrativos. O jornalismo obteve um desenvolvimento significativo, contabilizando, ao encerrar do século XIX, 116 jornais, tendo alguns vida efêmera, outros apenas edição especial, contudo, vários com circulação regular quinzenal, semanal ou diária por muitos anos.
O ápice ocorreu nos anos 1880, com a circulação de sete jornais diários: Correio Mercantil (1875-1932), A Nação (1882-1886), Rio Grandense (1885-1888), A Pátria (1887-1891), A Discussão (1881-1887), Onze de Junho (1881-1889) e Diário de Pelotas (1876-1889). Concomitante a eles, circularam três periódicos que se apresentavam como humorísticos e ilustrados: Cabrion, publicado entre os anos de 1879 e 1881; Zé Povinho que circulou nos primeiros seis meses de 1883 e A Ventarola fundada em 1887 e mantida até 18894. Estes, da mesma forma que os jornais diários, desempenhavam um papel importante na sociedade pelotense como veículos de comunicação, embora as notícias fossem dadas de uma forma peculiar.

 

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