A Colônia

Antônio Lino retrata o preconceito sofrido por quem teve hanseníase e que carregou não só sequelas da doença, mas também a chaga simbólica da lepra.

A lepra tem cura desde os anos 80. Atualmente se consegue todo o tratamento necessário no Sistema Único de Saúde, este mesmo SUS que as intenções neoliberais querem inviabilizar ou mesmo arrancar de nossa Constituição Federal.

Muitas vezes, fazendo uso da medicação por menos de um ano já se está curado da hanseníase. Mas, mesmo assim, o preconceito e o estigma seguem fortíssimos.

Nesta história, que se passa em Manaus, Antônio Lino retrata o preconceito sofrido por quem teve hanseníase e que carregou não só sequelas da doença, mas também a chaga simbólica da lepra.

Mas, mais do que isso, a obra nos emociona ao revelar com profundidade a experiência, sentimentos e vida dessas pessoas.

Traz ainda uma cuidadosa pesquisa histórica que é excelente para se entender como as doenças são também produções sociais e culturais.

Encontramos nessas páginas a admirável resistência e afirmação de vida cotidiana das pessoas da Colônia, nos emocionamos com a potente e terapêutica relação que a técnica de enfermagem e médica do Programa Mais Médicos estabelecem com as pessoas das quais cuidam e temos a oportunidade não só de aprendermos como ser um profissional de saúde mais humano e próximo daqueles que cuida, mas de sermos seres humanos melhores.

Lino faz uma cuidadosa e responsável pesquisa histórica que é excelente para se entender como as doenças também são produções sociais e culturais. Mostra como a lepra foi vista, interpretada e tratada ao longo do tempo.

Quais significados eram atribuídos a quem tinha: de pessoa impura que carrega o pecado, a pessoa condenada e próxima da morte, tornada senha para expulsar alguém do convívio social e, por extensão, tirar-lhe tudo o que lhe era caro e interessava.

Em vez de ser cuidada, a pessoa era estigmatizada, afastada de tudo e de todos, de seu emprego e de seu ambiente de convívio. Muitas vezes perdia não só os pertences, mas também a propriedade e o direito a esta, ao ser conduzida a um lugar para morrer longe dos olhos da cidade ou do vilarejo. Em vez de fortalecê-la para enfrentar ou conviver com a doença, era fragilizada ao extremo.

Os relatos que a história traz dos casais de pessoas com hanseníase que eram obrigados a dar os filhos para adoção e tinham apenas duas horas, quando muito, para conviver com eles, são de arrombar o coração de qualquer mãe e pai.

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Antônio Lino retrata o preconceito sofrido por quem teve hanseníase e que carregou não só sequelas da doença, mas também a chaga simbólica da lepra.

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Muitas vezes, fazendo uso da medicação por menos de um ano já se está curado da hanseníase. Mas, mesmo assim, o preconceito e o estigma seguem fortíssimos.

Nesta história, que se passa em Manaus, Antônio Lino retrata o preconceito sofrido por quem teve hanseníase e que carregou não só sequelas da doença, mas também a chaga simbólica da lepra.

Mas, mais do que isso, a obra nos emociona ao revelar com profundidade a experiência, sentimentos e vida dessas pessoas.

Traz ainda uma cuidadosa pesquisa histórica que é excelente para se entender como as doenças são também produções sociais e culturais.

Encontramos nessas páginas a admirável resistência e afirmação de vida cotidiana das pessoas da Colônia, nos emocionamos com a potente e terapêutica relação que a técnica de enfermagem e médica do Programa Mais Médicos estabelecem com as pessoas das quais cuidam e temos a oportunidade não só de aprendermos como ser um profissional de saúde mais humano e próximo daqueles que cuida, mas de sermos seres humanos melhores.

Lino faz uma cuidadosa e responsável pesquisa histórica que é excelente para se entender como as doenças também são produções sociais e culturais. Mostra como a lepra foi vista, interpretada e tratada ao longo do tempo.

Quais significados eram atribuídos a quem tinha: de pessoa impura que carrega o pecado, a pessoa condenada e próxima da morte, tornada senha para expulsar alguém do convívio social e, por extensão, tirar-lhe tudo o que lhe era caro e interessava.

Em vez de ser cuidada, a pessoa era estigmatizada, afastada de tudo e de todos, de seu emprego e de seu ambiente de convívio. Muitas vezes perdia não só os pertences, mas também a propriedade e o direito a esta, ao ser conduzida a um lugar para morrer longe dos olhos da cidade ou do vilarejo. Em vez de fortalecê-la para enfrentar ou conviver com a doença, era fragilizada ao extremo.

Os relatos que a história traz dos casais de pessoas com hanseníase que eram obrigados a dar os filhos para adoção e tinham apenas duas horas, quando muito, para conviver com eles, são de arrombar o coração de qualquer mãe e pai.

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