Em 1925, um oficial britânico tenta localizar um Eldorado no interior do Brasil, mas acaba desaparecendo na selva. Vinte e sete anos depois, o repórter Antonio Callado vai ao Xingu para escrever sobre o sumiço do explorador e produz um dos mais fascinantes relatos jornalísticos já feitos no Brasil.

Percy Harrison Fawcett nasceu em Torquay, Inglaterra, em 1867. Aos 26 anos de idade, servindo, como oficial britânico, em Ceilão, teria descoberto numa rocha antigas inscrições.

Pelo menos desde 1909 conhecia o Brasil e o sertão brasileiro, pois nesse ano, a serviço do governo boliviano, andou fazendo, com bolivianos e brasileiros, o levantamento de um rio da fronteira.

Teve conhecimento da existência, na Biblioteca Nacional do Rio, de um documento atribuído a bandeirantes que relata a descoberta, em 1753, de uma Cidade Abandonada no sertão brasileiro, provavelmente de fabulosa idade histórica.

O documento, que ainda lá está, no cofre da Biblioteca Nacional, e que em 1869 fora traduzido para o inglês, no livro do capitão Richard F. Burton, Highlands of the Brazil, transcreve certos caracteres indecifráveis que os bandeirantes teriam copiado em vários pontos da cidade.

Esses caracteres, Fawcett os teria identificado com os que descobrira em Ceilão. Em 1920, com autorização do governo brasileiro, Fawcett fez sua primeira tentativa de encontrar a Cidade Abandonada. Em 1925, tentou novamente, então fazendo-se acompanhar de seu filho Jack e do jovem Raleigh Rimmell. Desapareceu na selva.

Inúmeras foram as histórias dos que “viram” Fawcett ou dos que encontraram provas de sua morte. Em abril de 1951, foram desenterrados à beira do rio Culuene, um formador do Xingu, ossos que se imaginou fossem os de Fawcett.

Esqueleto Na Lagoa Verde gira em torno da visita que fez o autor à cova de onde saíram esses ossos, na companhia de Brian Fawcett, um filho do explorador britânico desaparecido há 27 anos.