
Esta obra deseja dar a ver e falar práticas, políticas e poéticas inclusivas, que emergem no campo de atuação dos egressos do curso de Pedagogia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ como uma política da narratividade — preocupada com a experiência singular de cada um deles —, evidenciando um compromisso da produção de um coletivo de forças que atua no cotidiano das escolas e universidades públicas.
Uma expressão da luta por um mundo que afirme a diferença como condição de produção de vida.
Revelam-se uma diversidade de narrativas, experiências, formas de entender a educação inclusiva, de se produzir práticas, de compor lutas e de contar a paixão no encontro com o outro; além de modos de intervenção dos ex-alunos no plano macro e micropolítico.
Finalmente, é demonstração material de como a universidade pública produz conhecimento junto à educação básica, sendo fundamental na luta por um mundo aberto a todos os mundos.
Os onze textos reunidos neste livro e agrupados em três seções, que dialogam entre si e que se entrelaçam num tecido forte e bem alinhavado, convidam-nos a partilhar os sentidos das políticas, das práticas e das poéticas nas quais professoras da Escola Básica, professoras e estudantes da Faculdade de Formação de Professores, do mestrado em Educação: Processos Formativos e Desigualdades Sociais, gestoras das redes públicas de ensino e famílias, principalmente mães de estudantes e pessoas com deficiências, buscam desafiar e inaugurar outros modos de dizer e criar, fazer e de (re)inventar a(s) experiência(s) educativa(s), escolares ou não, com os outros nomeados “deficientes”.
Segundo Ribetto, na apresentação do presente livro, “Nesta rede problematizamos a produção da normalidade como política, presente no campo da pedagogia e que ainda contribui para a exclusão e massacre de pessoas que se afastam da norma criada como valor de padronização”.
É dessa luta discursiva, prática, política e poética que trata o livro em tela. Parafraseando Jorge Larrosa e Walter Kohan, na apresentação da coleção a qual reúne (entre outros) o livro O Mestre Ignorante, de Jacques Rancière: “é a experiência, e não a verdade, o que dá sentido à escritura”.
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