Por Um Ensino Insurgente Em Arquitetura E Urbanismo

Os textos de Por Um Ensino Insurgente Em Arquitetura E Urbanismo valorizam caminhos alternativos à geopolítica do conhecimento vigente.

Pensar um ensino de arquitetura e urbanismo para o século XXI exige compreender esta área do conhecimento como parte das Ciências Sociais e, por isso, indissociada dos inescapáveis problemas dos saberes com base na racionalidade moderno-colonial.

Entre eles, uma provinciana visão da ciência e da historiografia, sempre valorizadoras de fenômenos intraeuropeus, vistos como determinantes para certo progresso contínuo e inexorável em direção a um padrão da Europa e da América do Norte o qual todos devem atingir; e a autodesignação de um ethos europeu civilizado, sempre em contraponto à invenção de um Outro e sua cultura primitivos, bárbaros, subdesenvolvidos. O ensino na área vem sendo conduzido, portanto, pela colonialidade do saber.

Em direção oposta, Por Um Ensino Insurgente Em Arquitetura E Urbanismo reúne textos de autores e autoras inconformados/as e insurgentes, oriundos/as de diferentes instituições de ensino e que valorizam caminhos alternativos à geopolítica do conhecimento arquitetônico e urbanístico vigente.

Acreditamos que os artigos aqui reunidos fazem um duplo exercício: por um lado, tensionam a literatura e demais saberes hegemônicos e consagrados, dirigindo-lhes perguntas incômodas ou inquietações e, no mais das vezes, trazendo-os para o contexto da América Latina. Além disso, conjugam de forma não hierárquica tais saberes com outros comumente desprezados, de modo a produzir e legitimar conhecimentos que transcendam preceitos e preconceitos estabelecidos no campo disciplinar de arquitetura e urbanismo.

Além de insurgentes, as proposições deste livro são, também, fronteiriças. Nesse sentido, esclarecemos que as palavras “fronteira” e “limite” não são sinônimas. A genealogia da primeira palavra diz respeito ao que sua etimologia sugere – o que está na frente, além – e, por isso, não trata de nenhuma relação com jurisdição ou política, nem de uma área ou zona demarcada.

Na realidade, o sentido original de fronteira não é de fim, mas do começo de uma expansão, pelo fato de se tratar de uma área de comunicação e interação de espaços, entes ou grupos diferentes. A fronteira, então, se opõe à ideia de limite, diz respeito a uma zona de contato, talvez de conflito.

O limite não tem vida própria, nem mesmo existência material, pois é um polígono, uma abstração: seu objetivo é encarcerar características julgadas capazes de compor uma unidade. O chamado marco de fronteira é, por isso, um símbolo material e visível do limite, não diz respeito à fronteira.

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Pensar um ensino de arquitetura e urbanismo para o século XXI exige compreender esta área do conhecimento como parte das Ciências Sociais e, por isso, indissociada dos inescapáveis problemas dos saberes com base na racionalidade moderno-colonial.

Entre eles, uma provinciana visão da ciência e da historiografia, sempre valorizadoras de fenômenos intraeuropeus, vistos como determinantes para certo progresso contínuo e inexorável em direção a um padrão da Europa e da América do Norte o qual todos devem atingir; e a autodesignação de um ethos europeu civilizado, sempre em contraponto à invenção de um Outro e sua cultura primitivos, bárbaros, subdesenvolvidos. O ensino na área vem sendo conduzido, portanto, pela colonialidade do saber.

Em direção oposta, Por Um Ensino Insurgente Em Arquitetura E Urbanismo reúne textos de autores e autoras inconformados/as e insurgentes, oriundos/as de diferentes instituições de ensino e que valorizam caminhos alternativos à geopolítica do conhecimento arquitetônico e urbanístico vigente.

Acreditamos que os artigos aqui reunidos fazem um duplo exercício: por um lado, tensionam a literatura e demais saberes hegemônicos e consagrados, dirigindo-lhes perguntas incômodas ou inquietações e, no mais das vezes, trazendo-os para o contexto da América Latina. Além disso, conjugam de forma não hierárquica tais saberes com outros comumente desprezados, de modo a produzir e legitimar conhecimentos que transcendam preceitos e preconceitos estabelecidos no campo disciplinar de arquitetura e urbanismo.

Além de insurgentes, as proposições deste livro são, também, fronteiriças. Nesse sentido, esclarecemos que as palavras “fronteira” e “limite” não são sinônimas. A genealogia da primeira palavra diz respeito ao que sua etimologia sugere – o que está na frente, além – e, por isso, não trata de nenhuma relação com jurisdição ou política, nem de uma área ou zona demarcada.

Na realidade, o sentido original de fronteira não é de fim, mas do começo de uma expansão, pelo fato de se tratar de uma área de comunicação e interação de espaços, entes ou grupos diferentes. A fronteira, então, se opõe à ideia de limite, diz respeito a uma zona de contato, talvez de conflito.

O limite não tem vida própria, nem mesmo existência material, pois é um polígono, uma abstração: seu objetivo é encarcerar características julgadas capazes de compor uma unidade. O chamado marco de fronteira é, por isso, um símbolo material e visível do limite, não diz respeito à fronteira.

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