A República Cantada: Do Choro Ao Funk A História Do Brasil Através Da Música

Não existe linguagem mais universal que a música. Ouvimos música no ônibus, no carro, em casa, nas praças, nos estádios, nas festas, no supermercado. Arte brasileira mais reconhecida, a nossa música sempre foi moderna.

Sua diversificação expressa a pluralidade de um país que entrou no período republicano com um discurso avançado, apesar da grande dívida social e da claudicante representação política. Cantava-se o sonho de uma sociedade liberal, mas as marcas do passado escravista ecoam até hoje.
Nossa fauna musical mapeia esse Brasil múltiplo, diverso. Desde o começo do século XX, a indústria fonográfica brasileira está entre os principais mercados do mundo. Além de boa de ouvir, nossa música também é ótima para pensar o país: “Se você tiver uma boa ideia, é melhor fazer uma canção”, diz a máxima, na voz de Caetano Veloso.
Num país em que a monarquia caiu no último baile, os republicanos preferiram ficar com o hino velho e um presidente dançou ao som do “Corta jaca”, política e música valsaram juntas. Quantas marchinhas e sambas não trouxeram à baila uma “fotomelodia” do cotidiano da República? O projeto de Estado que levou Getúlio Vargas ao poder incluía, entre outras iniciativas, uma aproximação com os setores populares, “as coisas nossas”. “Seu Gegê”, como o presidente era conhecido carinhosamente no meio artístico, valorizou os ritmos produzidos pela massa, sobretudo o samba carnavalesco carioca.
A geração dos festivais da canção, de Chico Buarque, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Edu Lobo, Gilberto Gil – e tantos outros que misturavam música de protesto, valorização de nossas tradições e crítica vanguardista ao statu quo – fez da arte um campo de debates de projetos políticos e estéticos, com firme posicionamento ideológico e diálogo com as outras linguagens artísticas. Quem imaginaria que a chamada música “brega” cantasse tanto as contradições da sociedade? O rock demoliu a “Nova República” perguntando “Que país é esse?”, e o funk e o hip-hop fizeram dançar as periferias e favelas dando voz ao seu dia a dia.

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Não existe linguagem mais universal que a música. Ouvimos música no ônibus, no carro, em casa, nas praças, nos estádios, nas festas, no supermercado. Arte brasileira mais reconhecida, a nossa música sempre foi moderna. Sua diversificação expressa a pluralidade de um país que entrou no período republicano com um discurso avançado, apesar da grande dívida social e da claudicante representação política. Cantava-se o sonho de uma sociedade liberal, mas as marcas do passado escravista ecoam até hoje.
Nossa fauna musical mapeia esse Brasil múltiplo, diverso. Desde o começo do século XX, a indústria fonográfica brasileira está entre os principais mercados do mundo. Além de boa de ouvir, nossa música também é ótima para pensar o país: “Se você tiver uma boa ideia, é melhor fazer uma canção”, diz a máxima, na voz de Caetano Veloso.
Num país em que a monarquia caiu no último baile, os republicanos preferiram ficar com o hino velho e um presidente dançou ao som do “Corta jaca”, política e música valsaram juntas. Quantas marchinhas e sambas não trouxeram à baila uma “fotomelodia” do cotidiano da República? O projeto de Estado que levou Getúlio Vargas ao poder incluía, entre outras iniciativas, uma aproximação com os setores populares, “as coisas nossas”. “Seu Gegê”, como o presidente era conhecido carinhosamente no meio artístico, valorizou os ritmos produzidos pela massa, sobretudo o samba carnavalesco carioca.
A geração dos festivais da canção, de Chico Buarque, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Edu Lobo, Gilberto Gil – e tantos outros que misturavam música de protesto, valorização de nossas tradições e crítica vanguardista ao statu quo – fez da arte um campo de debates de projetos políticos e estéticos, com firme posicionamento ideológico e diálogo com as outras linguagens artísticas. Quem imaginaria que a chamada música “brega” cantasse tanto as contradições da sociedade? O rock demoliu a “Nova República” perguntando “Que país é esse?”, e o funk e o hip-hop fizeram dançar as periferias e favelas dando voz ao seu dia a dia.

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